A presente reflexão analisa duas narrativas de Guimarães Rosa, Cara-de-Bronze e O recado do
morro, a partir do agregamento da voz musical à suas tessituras para, assim, verificar de que
modo o substrato cultural é utilizado como mediação da dimensão estética na obra rosiana, cuja
profusão de palavras, cria uma terceira cultura, derivada de outras duas, a popular e a erudita.
Para tanto, a abordagem parte das ideias de Alfredo Bosi sobre dialética cultural, condensadas
em Dialética da colonização (1992) e Céu, Inferno (2003), cuja sÃntese circunscreve a relação
das culturas sociais na criação cultural-literária brasileira.