“Sempre que me acontece alguma coisa importante, está ventandoâ€. A frase, proveniente do
romance de Erico Verissimo, pertence à memória de Ana Terra e encontra-se na primeira parte
d’O continente. Em virtude da singularidade narrativa conferida por Erico Verissimo Ã
personagem Ana Terra, o capÃtulo fez tanto na trilogia de O tempo e o vento que mereceu um
livro só para ela, por meio do qual analisamos a experiência do tempo, da memória e da história
neste enredo. Pensando não apenas nesse dado, mas na importância histórica e ficcional da obra
e, por sua vez, da personagem em questão, este trabalho trata do episódio que relata a trajetória
de Ana Terra e suas transformações. Para empreendermos tal estudo, partimos do viés da
filosofia de maneira a conciliar o tempo e espaço mÃticos e tempo e espaço históricos, de forma
a desvencilharmo-nos a dicotomia do real/irreal. Tais vinculações serão analisadas considerando
os pressupostos teóricos do campo da História da Literatura, através de Maria Eunice Moreira e
Hans Uric Grumbrecht, e da Teoria da Literatura, por meio de Hans Robert Jauss e Beth Brait.
Em relação ao tempo, destacaremos para embasar a nossa pesquisa os filósofos Benedito Nunes
e Paul Ricoeur, por tratarem com proximidade da problemática desta pesquisa. Nesse sentido,
abordaremos, principalmente, o tempo da memória, o do narrado, bem como o do narrador.