As categorias riscos e perigos sempre foram amplamente estudadas em várias
áreas do conhecimento, a exemplo da Geografia, que já tem tradição nesses
estudos, desde o século XX e o resgate de tais categorias representa importância
singular, pois possibilita manter o princÃpio de uma Geografia global, através da
articulação entre as dimensões do meio fÃsico e humano, princÃpio norteador do
Paradigma da Geografia Socioambiental. Por outro lado, existe na literatura uma
confusão conceitual acerca do significado das mencionadas categorias. Tal
confusão, possivelmente, é oriunda da tradução para a lÃngua latina do termo
original Natural hazards, que tem origem angloâ€saxônica. Este fato provocou ora a
utilização dos termos riscos e perigos como sendo equivalentes, ora a inversão
dos seus significados. A partir dessa constatação, no presente ensaio teórico,
buscouâ€se referencial para desfazer esses conflitos e poder relacionar aquelas
categorias com o estudo da desertificação, desastre que assola o Semiárido
brasileiro, tendo como causas condicionantes naturais e/ou sociais. Constitui,
portanto, um recorte temático que possibilita analisar as relações sociedadeâ€
natureza de forma integrada. A partir do estudo efetivado, objetivouâ€se, além de
uma distinção e discussão de significados e o estabelecimento de correlações,
chamar atenção para a necessidade de implementação de ações urgentes para a
contenção das fronteiras do perigo da desertificação, pois, caso contrário, as
conseqüências serão desastrosas, não apenas para as regiões afetadas
diretamente, mas também para as demais áreas que terão que receber o
contingente de emigrantes desprovidos dos meios de subsistência. Â