Hidropsia fetal é um sinal patológico obstétrico raro que acomete cerca de 1/4.000 partos, cuja etiologia pode ser decorrente de mais de 100 tipos de doenças. Trata-se de um distúrbio hídrico que cursa com o acometimento de dois ou mais tecidos moles ou cavidades serosas do feto, sendo por isso, evidenciado derrame pleural e/ou pericárdico, anasarca, edema subcutâneo ou ascite. Em geral,não são observadas sintomatologias maternas, assim o diagnóstico se dá por meio da ultrassonografia pélvica de rotina. O prognóstico dessa patologia é bastante lôbrego, já que boa parte das crianças são natimortas ou desfrutam de poucas horas de vida após o nascimento. Contudo, embora raro, é possível observar sobreviventes sem anormalidades; mas,para isso,é necessário um diagnóstico precoce -visando o conhecimento da etiologia –, que determinará o tratamento e condutas adequadas. O presente estudo visa relatar um caso de hidropsia fetal, provavelmente decorrente de causa não imune, que evoluiu em aborto espontâneo na 19ª semana de gestação.Foi utilizado dados de prontuário médico para a elaboração do relato, o qual foi fundamentado por meio de 15 artigos, entre o período de 2000 a 2016, através da utilização dos bancos de dados das seguintes bases indexadoras: Lilacs, Scielo e BVS. Apartir da anamnese, análise de exames tanto laboratoriais quanto de imagens, assim como da busca de dados literários,observou-se que o caso apresentado se sucedeu de forma semelhante ao que aponta os escritos literários, pois,como já mencionado, a hidropsia se trata de uma entidade com um prognóstico bastante ruim.O caso relatado traz à luz a discussão da etiologia, diagnósticos e condutas acerca da hidropsia fetal, patologia que embora tenha recebido atenções pré-natais significativas, não têm demostrado boas mudanças de paradigma.
Hydrops fetalis is a rare obstetric pathologic sign that affects about 1/4,000 births, the etiology of which can be due to more than 100 types of diseases. It is a water disturbance that occurs with the involvement of two or more soft tissues or serous cavities of the fetus. Therefore, pleural effusion and/or pericardial effusion, anasarca, subcutaneous edema or ascites are evident. In general, maternal symptoms are not observed and the diagnosis is made through routine pelvic ultrasonography. The prognosisof this pathology is quite bleak, since most of the children are stillborn or enjoy a few hours of life after birth. However, although rare, it is possible to observe survivors without abnormalities; but for this it is necessary an early diagnosis -aiming the knowledge of the etiology -, that will determine the appropriate treatment and conducts. This study aims to report a case of hydrops fetalis, probably due to a nonimmune cause, which evolved spontaneously in 19ª the week of gestation. Medical recordsdata were used to prepare the report, which was based on 15 articles, between the period from 2000 to 2016, using the databases of the following index bases: Lilacs, Scielo and BVS. From the anamnesis, analysis of both laboratory and imaging examinations,as well as the search for literary data, it was observed that the case presented was similar to the one pointed out by literary writings, since, as already mentioned, it is an entity with a rather poor prognosis. The case reported brings to light the discussion of etiology, diagnoses and conducts about hydrops fetalis, a pathology that although it has received significant prenatal care, have not demonstrated good paradigm shifts.