O objetivo do presente ensaio é tecer uma crítica logicamente rigorosa, além de promover uma discussão crítico argumentativa com réplicas e tréplicas, ao argumento do violinista, exposto no artigo de J. Thomson, utilizando o procedimento da transformação de um argumento analógico, como o argumento do violinista, em argumentos puramente dedutivos através do método das regras de determinação elaboradas por T. R. Davies e S. Russell. As críticas aos argumentos presentes na analogia do violinista se baseiam nos seguintes princípios ou ponderações: no princípio do respeito à integridade física universal, no princípio da responsabilidade sobre aquilo que se cria, na ponderação da especialidade do vínculo materno a nível físico e psíquico e na ponderação da semelhança de magnitude das exigências físicas/psíquicas relacionadas tanto ao “aborto seguro” quanto ao parto. A conclusão a que se chegou nesse ensaio foi que os cinco argumentos dedutivos construídos a partir de aspectos da analogia do violinista não se mostraram cogentes, pois alguns dos pressupostos adotados não eram aplicáveis às situações reais do aborto.
The objective of this essay is to weave a logically rigorous critique, in addition to promoting a critical-argumentative discussion with replies and rejoinders, to the violinist's argument, exposed in the article by J. Thomson, using the procedure of transforming an analogical argument, such as the violinist argument, in purely deductive arguments through the method of rules of determination elaborated by T. R.Davies and S. Russell. The criticisms of the arguments presented in the violinist analogy are based on the following principles or considerations: on the principle of respect for universal physical integrity, on the principle of responsibility for what is created, on the consideration of the specialty of the maternal bond at a physical and psychological level and on weighting the similarity of the magnitude of physical/psychic demands related to both “safe abortion” and childbirth. The conclusion reached in this essay was that the five deductive arguments constructed from aspects of the violinist's analogy did not prove to be cogent, as some of the assumptions adopted did not apply to real situations of abortion.