Abscesso epidural espinhal na adolescência: relato de caso

Residência Pediátrica

Endereço:
Rua Santa Clara, 292 - Copacabana
Rio de Janeiro / RJ
22.041-012
Site: http://www.residenciapediatrica.com.br
Telefone: (21) 2548-1999
ISSN: 22366814
Editor Chefe: Clemax Couto Sant'Anna, Marilene Crispino Santos
Início Publicação: 30/04/2011
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Medicina

Abscesso epidural espinhal na adolescência: relato de caso

Ano: 2023 | Volume: 13 | Número: 2
Autores: Aléxia Alves Cabral, Cecília Pereira Silva, Amanda Freire de Almeida, Christian Candido Ferreira, Ricardo Kalil Laviola, Gabriel Kalil Laviola Oliveira e Silva
Autor Correspondente: Cecília Pereira Silva | [email protected]

Palavras-chave: abscesso epidural, raquianestesia, adolescente.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Considerada uma emergência infecciosa pouco frequente e capaz de causar déficits neurológicos severos, o abscesso epidural espinhal (AEE) é uma condição rara, principalmente na infância. A taxa de mortalidade em adultos varia entre 5 e 23%, mas, em crianças, a morbimortalidade apresenta-se menor. O presente relato objetiva contribuir ao âmbito científico com a discussão de um caso de AEE na pediatria. Trata-se de uma adolescente, 17 anos, apresentando febre, lombalgia e cisto sebáceo infectado em dorso há três dias. Informa história de drenagem há dois dias e cesariana com raquianestesia há um ano. Ressonância magnética (RM) da lombar mostrou coleção epidural posterior de L1-L4. Foi realizada a cirurgia de drenagem do abscesso epidural com laminectomia de L3-L4 e cultura positiva para Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA), sensível à vancomicina e rifampicina. Alta após 21 dias de vancomicina endovenosa, com prescrição de rifampicina oral por três semanas. A infecção cutânea prévia é considerada um precedente clássico do AEE, sugerindo-se que o quadro da paciente foi precedido pela furunculose. O micro-organismo responsável por 86% dos casos de AEE na infância é o Staphylococcus aureus. A dorsalgia pós-anestesia raquimedular, febre, infecção cutânea e possível condição de imunossupressão indicaram investigação para AEE. A RM com contraste de gadolíneo corresponde à abordagem diagnóstica padrão-ouro para AEE. A suspeita da doença na pediatria é de extrema importância diante de um quadro de febre, dorsalgia e sensibilidade medular, devendo receber devida atenção e investigação diante de clínica indicativa.



Resumo Inglês:

Spinal epidural abscess (SEA) is a rare infectious emergency and capable of causing severe neurological deficits, especially in childhood. The mortality rate in adults varies from 5 to 23%, but in children the rates are even lower. This report aims to contribute to the scientific field by discussing a case of SEA in pediatrics. It is a teenager, 17 years old, presenting fever, low back pain and sebaceous cyst infected on her back for three days. She reports a history of drainage two days ago and a cesarean section with spinal anesthesia a year ago. Magnetic resonance imaging (MRI) of the lumbar showed posterior L1-L4 epidural collection. Epidural abscess drainage surgery was performed, with L3-L4 laminectomy, and positive culture for Methicillin-resistant Staphylococcus aureus (MRSA), sensitive to Vancomycin and Rifampicin. She was discharged after 21 days of intravenous Vancomycin, with a prescription for oral Rifampicin for three weeks. Previous skin infection is considered a classic precedent of SEA, suggesting that the patients condition was preceded by furunculosis. The microorganism responsible for 86% of SEA cases in childhood is Staphylococcus aureus. Back pain after spinal anesthesia, fever, skin infection and possible condition of immunosuppression indicated investigation for SEA. Gadolinium-contrast MRI corresponds to the gold standard diagnostic approach for SEA. The suspicion of the disease in pediatrics is extremely important in front of fever, back pain and spinal sensitivity, and should receive due attention and investigation before an indicative clinic.