Acervos e contra-acervos: sobre saqueamentos, feitiços e redemoinhos na arte indígena contemporânea

Revista Mundaú

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ISSN: 2526-3188
Editor Chefe: Silvia Aguiar Carneiro Martins
Início Publicação: 01/12/2016
Periodicidade: Bianual
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Sociologia

Acervos e contra-acervos: sobre saqueamentos, feitiços e redemoinhos na arte indígena contemporânea

Ano: 2022 | Volume: 0 | Número: 12
Autores: Cacá Fonseca, Laura Castro
Autor Correspondente: Cacá Fonseca | [email protected]

Palavras-chave: Saqueamentos, Contra-acervo, Artecídio, Valor de Culto, Valor de Exposição

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O texto desdobra-se da seguinte questão: “Como deslocar as relações entre aura, obra, acervo e museus diante do que o diagrama da arte indígena contemporânea vem redesenhando sobre diagrama da arte contemporânea brasileira?”. A sondagem desta questão é guiada pela imagem de um redemoinho que desenha uma exposição imaginária onde se enredam Glicéria Tupinambá, Daiara Tukano e Patrícia Ferreira “Para Yxapy” e de um Saci- curador, ser encantado que se infiltra na política das imagens, nos bastidores e nas engrenagens dos dispositivos: museu, coleção, exposição e da própria história da arte.  O texto é sobre atravessar esse redemoinho, mapear saqueamentos coloniais, revisitar a encenação do moderno e escutar as ressonâncias de processos mobilizados por artistas indígenas contemporâneas a fim de confrontar as relações estreitas entre colonialidade e acervos, apontando para a ideia de contra-acervos e contra- arquivos da arte.



Resumo Inglês:

The text is delineated by the following question: "How to displace the relations between aura, work, collection and museums in the face of what the diagram of contemporary indigenous art has been redesigning on diagram of Brazilian contemporary art?". The survey of this question is guided by the image of a whirlwind that draws an imaginary exhibition where Glicélia Tupinambá, Daiara Tukano and Patrícia Ferreira "Para Yxapy" get entangled and a Saci-curator, an enchanted being that infiltrates the politics of images, the backstage and the gears of the devices: museum, collection, exhibition and the history of art itself.  The text is about going through this whirlpool, mapping colonial looting, revisiting the staging of the modern, and listening to the resonances of processes mobilized by contemporary indigenous artists in order to confront the close relations between coloniality and collections, pointing to the idea of reverse-collections and reverse-archives of art.



Resumo Espanhol:

El texto se desarrolla a partir de la siguiente pregunta: "¿Cómo desplazar las relaciones entre aura, obra, colección y museos frente a lo que el diagrama del arte indígena contemporáneo viene rediseñando sobre el diagrama del arte brasileño contemporáneo?". La indagación de esta cuestión está guiada por la imagen de un remolino que dibuja una exposición imaginaria en la que se enredan Glicélia Tupinambá, Daiara Tukano y Patrícia Ferreira "Para Yxapy" y un Saci-curador, un ser encantado que se infiltra en la política de las imágenes, en las bambalinas y en los engranajes de los dispositivos: museo, colección, exposición y la propia historia del arte.  El texto trata de recorrer esta vorágine, cartografiando el saqueo colonial, revisando la puesta en escena de lo moderno y escuchando las resonancias de los procesos movilizados por los artistas indígenas contemporáneos para confrontar las estrechas relaciones entre colonialidad y coleccionismo, apuntando a la idea de contra-colecciones y contra-archivos de arte.



Resumo Francês:

Le texte se déploie à partir de la question suivante : " Comment déplacer les relations entre aura, œuvre, collection et musées face à ce que le diagramme de l'art indigène contemporain a redessiné sur le diagramme de l'art brésilien contemporain ? ". L'approfondissement de cette question est guidé par l'image d'un tourbillon qui dessine une exposition imaginaire où s'enchevêtrent Glicélia Tupinambá, Daiara Tukano et Patrícia Ferreira " Para Yxapy " et un Saci-curateur, un être enchanté qui infiltre la politique des images, les coulisses et les rouages des dispositifs : musée, collection, exposition et l'histoire de l'art elle-même.  Il s'agit dans ce texte de traverser ce maelström, de cartographier le pillage colonial, de revisiter la mise en scène du moderne et d'écouter les résonances des processus mobilisés par les artistes indigènes contemporains afin de confronter les relations étroites entre colonialité et collections, en pointant l'idée de contre-collections et de contre-archives d'art.