O acidente vascular encefálico (AVE) é definido como um comprometimento neurológico focal, ou por vezes global, da função cerebral, com provável origem vascular. O quadro clínico é variável, podendo apresentar alterações que levam a limitações funcionais e na ausência de adaptações ambientais apropriadas, a acessibilidade destes indivíduos pode ser prejudicada. O objetivo do estudo foi analisar a influência das barreiras arquitetônicas sobre a qualidade de vida (QV) de indivíduos após AVE, e também, analisar a percepção que os mesmos têm acerca do comprometimento de sua vida social em função da presença destas barreiras. Trata-se de um estudo transversal com abordagem quanti-qualitativa, no qual foram avaliados pacientes hemiparéticos e seus domicílios. A coleta de dados se deu através de: ficha de identificação e perfil socioeconômico, roteiro de medições de acessibilidade no domicílio; roteiro de perguntas aplicado sob a forma de entrevista semi-estruturada e o questionário de qualidade de vida (QV) Stroke Specific Quality of Life Scale (SSQOL). Foram entrevistados quatro indivíduos, sendo três do gênero masculino. Nenhum dos pacientes possuía adaptações em seu domicílio, entretanto referiram boas condições de acesso em suas casas e bairro. No domínio papéis sociais do questionário SSQOL nenhum dos participantes obteve pontuação máxima. Outros dois domínios com baixa pontuação foram energia e memória/concentração. Conclui-se que apesar dos domicílios não possuírem nenhuma adaptação, foram considerados adequados e bons. E também, que as barreiras arquitetônicas parecem ser fatores que limitam a vida social dos indivíduos após AVE.
Stroke is defined as a local or global neurological deficit in brain function, with probable vascular origin. The clinical characteristics are variable, and may present changes leading to functional limitations, and the lack of appropriate environmental adaptations, may impair the accessibility of these individuals. The aim of this study was to analyze the influence of architectural barriers on the quality of life (QOL) in individuals after stroke, and also to analyze the perception that they have on the impairment on their social life due to the presence of these barriers. This is a cross-sectional study with a quantitative and qualitative approach, in which hemiparetic patients and their households were assessed. Data collection was performed on: identification and socioeconomic profile; script measurements accessibility record in the household; guidedinterview applied as a semi-structured interview; and the questionnaire of quality of life Stroke Specific Quality of Life Scale (SSQOL). Four individuals were interviewed, being three males. None of the patients had adaptations in their households, however they referred good accessibility conditions in their houses and neighborhood. In the field of social roles of the questionnaire SSQOL, none of the participants got the maximum score. Other two fields with low score were energy and memory/concentration. It has been concluded that despite of the households do not have any adaptation, they were considered adequate and good. Moreover, the architecture barriers may be factors that limit the social life of individuals after stroke.