O objetivo do presente estudo foi analisar representações de profissionais que atuam na atenção primária sobre aconselhamento em HIV/aids. Trata-se de pesquisa de natureza qualitativa, fundamentada em noções das Representações, segundo Giami. Foram realizadas entrevistas abertas, gravadas em áudio, com sete enfermeiros e cinco médicos de centros de saúde do municÃpio de Belo Horizonte, Minas Gerais, atuantes em equipes de saúde da famÃlia. O número final de participantes se deu por repetição de conteúdos das entrevistas. Para a análise dos dados, utilizou-se o método da análise estrutural de narração. Os resultados mostraram representações de reconhecimento da importância do aconselhamento em HIV/aids como ferramenta no cuidado, mas com distanciamento entre o cotidiano do trabalho e o que é preconizado pelo Ministério da Saúde para essa prática. Representações em torno da prevenção em HIV/Aids e do processo de trabalho em unidade básica contribuem para essa distância. Os profissionais de saúde entrevistados relatam posturas na prática cotidiana referentes ao aconselhamento, apoiadas tanto na ciência como no senso comum, e que transformam a atividade do aconselhamento em menos prioritária e menos importante no conjunto das ações realizadas, dificultando a integralidade do cuidado. Dessa forma, tornam-se necessários o aumento e a melhoria de ações que incluam capacitações e melhores condições de trabalho para a superação das dificuldades, visando a prevenção e o controle do HIV/aids na atenção primária.