ADAPTAÇÃO ACADÊMICA E SAÚDE MENTAL DE ESTUDANTES DE MEDICINA NA COVID19: ESTUDO EXPLORATÓRIO NO BRASIL

Ano: 2021 | Volume: 18 | Número: 1

Autores: Gabriela Tacaci Michelis, Julia Galvão, Samara Almeida de Freitas, Camélia Santina Murgo, Celeste Corral Tacaci Neves Baptista

Palavras-chave: Infecções por Coronavírus; Pandemias; Comportamento Adaptativo; Estudantes de Medicina; Saúde Mental

Resumo Português:

Pesquisas demonstram que os estudantes universitários estão mais vulneráveis à ocorrência de transtornos mentais do que a população em geral. Nesse sentido, o curso de Medicina, em especial, é considerado uma grande fonte de estresse.Este estudo teve como objetivo caracterizar as variáveis de adaptação acadêmica (pessoal, interpessoal, carreira, estudo e institucional) dos estudantes frente ao período de pandemia do COVID-19, bem como apresentar as estatísticas descritivas referentes às variáveis emocionais, físicas e comportamentais associadas à saúdemental (estresse, depressão e ansiedade). Participaram da pesquisa 513 estudantes de medicina, com idades variando entre 18 e 29 anos (M = 22,41; DP = 2,49), oriundos de universidades públicas (18,7%; n = 96) e privadas (81,3%; n = 417). Foram utilizados três questionários para a coletados dados: o Questionário de Vivências Acadêmicas -versão reduzida (QVA-r);a Escala de Depressão, Ansiedade e Stress DASS-21 e um questionário sociodemográfico.Amaior parte da amostra relatou prejuízos nos níveis de concentração (79,5%) e no desempenho acadêmico (59,8%) durante a pandemia, sendo que este contingente também não se sentiu apoiado pela universidade para lidar com as questões deste período. Em relação à atuação profissional, a maior parte dos estudantes (53,6%) não se sente preparado para orientar condutas, bem como tem a percepção de que a pandemia interfere na relação com os pacientes na atenção básica (93,8%). Em relação aos níveis de depressão, ansiedade e estresse, os alunos de primeiro e segundo ano apresentaram maiores médias quando comparado a alunos em estágios mais avançados. Este artigo contribuiu para identificar o impacto do ensino remoto na formação dos futuros médicos e, assim, fomentar a pesquisa e o estudo dessa nova adaptação frente à pandemiaatualda COVID-19.

Resumo Inglês:

Research shows that university students are more vulnerable to the occurrence of mental disorders than the general population. In this sense, the medical courseisconsidered a great source of stress. This study aimed to characterize the variables of academic adaptation (personal, interpersonal, career, study and institutional) of students facing the pandemic period of COVID-19, as well as to present descriptive statistics regarding emotional, physical and behavioral variables associated with mental health (stress, depression and anxiety). 513 medical students participated in the research, with ages varying between 18 and 29 years (M = 22.41; SD = 2.49), coming from public (18.7%; n = 96) and private universities (81, 3%; n = 417). Three questionnaires were used for data collection: the Academic Experiences Questionnaire -short version (QVA-r); the Depression Scale, Anxiety and Stress DASS-21 and a sociodemographic questionnaire. It was observed that most of the sample reported losses in concentration levels (79.5%) and academic performance (59.8%) during the pandemic, and this contingent also did not feel supported by the university to deal with the issues of this period. Regarding professional performance, most students (53.6%) do not feel prepared to guide conduct, as well as the perception that pandemic interferes in the relationship with patients in primary care (93.8%). Regarding the levels of depression, anxiety and stress, the first and second year students had higher averages when compared to students in more advanced stages. This article contributed to identify the impact of remote education on the training of future doctors and, thus, encourage research and study of this new adaptation in the face of the current pandemic of COVID-19.

Resumo Espanhol:

La investigación muestra que los estudiantes universitarios son más vulnerables a la aparición de trastornos mentales que la población en general. En este sentido, el curso de medicina, en particular, se considera una gran fuente de estrés. Este estudio tuvo como objetivo caracterizar las variables de adaptación académica (personal, interpersonal, carrera, estudio e institucional) de los estudiantes que enfrentan el período pandémico del COVID-19, así como presentar estadísticas descriptivas sobre variables emocionales, físicas y conductuales asociadas a la salud mental. (estrés, depresión y ansiedad). Participaron en la investigación 513 estudiantes de medicina, con edades comprendidas entre 18 y 29 años (M = 22,41; DT = 2,49), de universidades públicas (18,7%; n = 96) y privadas (81) .3%; n = 417 ). Se utilizaron tres cuestionarios para larecolección de datos: el Cuestionario de Experiencias Académicas -versión corta (QVA-r); la Escala de Depresión, Ansiedad y Estrés DASS-21 y un cuestionario sociodemográfico. La mayoría de la muestra reportó pérdidas en los niveles de concentración (79,5%) y rendimiento académico (59,8%) durante la pandemia, y este contingente tampoco se sintió apoyado por la universidad para atender los temas de este período. En cuanto a la práctica profesional, la mayoría de los estudiantes (53,6%) no se sienten preparados para orientar comportamientos, además de tener la percepción de que la pandemia interfiere en la relación con los pacientes en atención primaria (93,8%). En cuanto a los niveles de depresión, ansiedad y estrés, los estudiantes de primer y segundo año tuvieron promedios más altos en comparación con los estudiantes en etapas más avanzadas. Este artículo contribuyó a identificar el impacto de la enseñanza a distancia en la formación de los futuros médicos y, así, fomentar la investigación y el estudio de esta nueva adaptación ante la actual pandemia de COVID-19.