Adaptações estruturais de sete espécies de plantas para as condições ambientais da área de dunas de Santa Catarina, Brasil
Iheringia Série Botânica
Adaptações estruturais de sete espécies de plantas para as condições ambientais da área de dunas de Santa Catarina, Brasil
Autor Correspondente: M. R. T. Boeger, R. M. Gluzezak | [email protected]
Palavras-chave: vegetação de dunas, morfologia foliar, anatomia foliar.
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Resumo Português:
A vegetação litorânea que ocupa a região entre o limite superior da maré alta e as dunas, conhecida como vegetação halófila-psamófila, é caracterizada pelas condições estressantes como altas temperaturas, solos arenosos e bem drenados, ventos e sprays marinhos, condições aparentemente responsáveis pela baixa riqueza especÃfica. Com o objetivo de identificar as caracterÃsticas estruturais foliares da vegetação halófila-psamófila associada à colonização e sobrevivência nas condições de influência marinha, estudou-se a morfologia foliar de sete espécies (Acicarpha spathulata R. Br.; Alternanthera maritima (Mart.) A. St.-Hil.; Canavalia rosea (Sw.) DC.; Hydrocotyle bonariensis Lam.; Ipomoea pes-caprae (L.) R.Br.; Blutaparon portulacoides (A. St.-Hil.) Mears. e Remirea maritima Aubl.) ocorrentes na praia do Tabuleiro, MunicÃpio de Barra Velha, SC. As caracterÃsticas analisadas foram: forma de vida, grau de suculência, espessura foliar, área foliar, área foliar especÃfica, peso seco, conteúdo de água, densidade e posição estomática, tipo de mesofilo e espessura dos tecidos da lâmina. As espécies, na sua maioria, possuem folhas suculentas, nanófilas (área foliar pequena), anfiestomáticas, espessas (> 600 μm), apresentam tecido aqüÃfero, mesofilo dorsiventral com poucos espaços intercelulares. Algumas caracterÃsticas foliares são peculiares em algumas espécies como presença de anatomia Kranz e microfilia. As folhas micrófilas de H. bonariensis, C. rosea e I. pes-caprae estão mais orientadas verticalmente em relação à superfÃcie do solo do que as folhas das demais espécies. As caracterÃsticas morfológicas acima mencionadas são, aparentemente, estratégias das folhas para reduzir a perda da água, diminuir a ação da intensidade de luz e das temperaturas mais altas durante algumas horas do dia, principalmente nos meses mais quentes do ano, permitindo, assim, uma maior eficiência nos processos fisiológicos.