Administração de recursos humanos em saúde e humanização: o viés hermenêutico

Revista Pan-Amazônica de Saúde (RPAS)

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ISSN: 2176-6223
Editor Chefe: Isabella M. A. Mateus
Início Publicação: 02/01/2010
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Ciências Biológicas, Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Multidisciplinar

Administração de recursos humanos em saúde e humanização: o viés hermenêutico

Ano: 2011 | Volume: 2 | Número: 3
Autores: José Guilherme Wady Santos, Maria Angélica Alberto do Espírito Santo
Autor Correspondente: José Guilherme Wady Santos | [email protected]

Palavras-chave: Administração de Recursos Humanos em Saúde, Humanização da Assistência, Filosofia Médica

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A Política Nacional de Humanização é considerada uma forte possibilidade de reconstrução da produção do cuidado em saúde. Diversos estudos a têm discutido sob as perspectivas teórico-prática e/ou filosófica que lhe dão sustentação. Este artigo também se habilita a discuti-la, mas sob o viés da administração de recursos humanos em saúde. Para tanto, consideramos que é no interior dessa prática que as relações também são intensamente marcadas pelo trabalho vivo em ato e, por isso, é nelas que devem ser mapeados, principalmente, os novos territórios das chamadas tecnologias relacionais. É nessa atividade que se dá a condição unívoca de constituição das (inter)subjetividades que permeiam as relações que marcam os encontros ocorridos na área, e onde se dá a produção de significados que medeiam a relação homem-mundo/texto. Tal possibilidade centrou-se na hermenêutica de Gadamer, no que ela pode contribuir para a ampliação dessa política e para o viés aqui enfocado. Defende-se que a política de humanização se configure para além de suas próprias diretrizes, devendo transcender às prescrições tecnicistas e aos modos de produção de sujeitos atuais, destacando a urgência de se rediscutir a categoria sujeito dentro da gestão precarizada do trabalho. Defende-se a possibilidade de mudança nos encontros tradicionalmente marcados por modos de desafetação/desvinculação do outro para um encontro onde os coletivos possam estar ancorados pela dialogicidade defendida por Gadamer, o que poderia levar ao reconhecimento dos diferentes atores que coabitam o serviço, reconhecendo-os mutuamente como sujeitos legítimos.



Resumo Inglês:

Brazil's National Policy of Humanization is considered to have the capacity to restructure how healthcare is provided. Several studies have discussed it based on the theoretical, practical and/or philosophical perspectives that support it. In this article, we also discuss the ramifications of this policy from the perspective of the administration of human resources for health. We believe that the practices of the administration of human resources for healthcare mark the intense daily work of the act and therefore they are where the new territories of the so-called relational technologies should especially be mapped. These practices establish the unequivocal condition of the formation of (inter)subjectivities that permeate the relationships and characterize the encounters within this field. They also establish the production of meanings that mediate the human-world/text relationship. These features have been analyzed grounded in Gadamer's hermeneutics and how it can contribute to the expansion of this policy from the perspective of the administration of human resources. It can be argued that the humanization policy exists separately from its own guidelines and should move beyond the technical requirements and modes of the production of current subjects. Such arguments highlight the urgent need to revisit the category of the subject within the precarious fields of the management of work. We support the possibility of shifting from encounters that have traditionally been marked by modes of disaffection/disconnection of the other to encounters in which collectives can be anchored within the dialogism defended by Gadamer. A dialogic model could lead to the recognition of different actors within the humanization policy and the recognition of these actors as legitimate subjects.



Resumo Espanhol:

La Política Nacional de Humanización está considerada como una importante posibilidad de reconstrucción de la producción del cuidado en salud. Diversos estudios la han discutido bajo la perspectiva teórico-práctica y/o filosófica que la sustentan. Este artículo también se dispone a discutirla, pero bajo el sesgo de la administración de recursos humanos en salud. Para tanto, consideramos que es al interior de esa práctica que las relaciones también son marcadas intensamente por el trabajo vivo en acto y, por ello, es en ellas que deben ser mapeados, principalmente, los nuevos territorios de las llamadas tecnologías relacionales. Es en esa actividad que se da la condición unívoca de constitución de las (inter)subjetividades que transitan las relaciones que marcan los encuentros que ocurren en el área, y en donde se da la producción de significados que intermedian la relación hombre-mundo/texto. Tal posibilidad se centró en la hermenéutica de Gadamer, en lo que pueda contribuir a la ampliación de esa política y al sesgo aquí abordado. Se defiende que la política de humanización se configure más allá de sus mismas directrices, debiendo trascender las prescripciones tecnicistas y los modos de producción de sujetos actuales, destacando la urgencia de rediscutir la categoría sujeto dentro de la gestión precarizada del trabajo. Se defiende también la posibilidad de cambio en los encuentros tradicionalmente marcados por modos de naturalización/desvinculación del otro para un encuentro en el cual los colectivos puedan estar sostenidos en la dialogicidad defendida por Gadamer, lo que podría conducir al reconocimiento de los diferentes actores que cohabitan el servicio, reconociéndolos mutuamente como sujetos legítimos.