Objetivo: Determinar se sÃndromes afásicas na fase aguda do infarto cerebral influenciam o prognóstico. Método: Avaliação para fala e linguagem de 37 adultos dentro de 72 horas após um primeiro infarto cerebral, em associação topográfica cega com TC e/ou RM. Resultados: Detectaram-se afasias ou disartria em 7 (87,5%) dos 8 pacientes falecidos, e em 26 (89,7%) dos 29 sobreviventes. Afasia global foi identificada em 11 pacientes, todos com lesões no hemisfério esquerdo (cinco óbitos; mutismo em nove), consistindo em fator de risco para mortalidade na fase aguda do acidente vascular cerebral isquêmico (Ï=0,022). Idade (z=1,65; Ï>0,09), trombólise (Ï=0,591), dimensões da lesão (Ï=0,076) e lado (Ï=0,649) não afetaram significativamente a sobrevivência. Ausência de afasia não prenunciou melhor evolução. Fatores de risco cardiovascular tiveram similar prevalência para todos os grupos de pacientes. Conclusão: Afasia global na fase aguda do infarto cerebral pode aumentar mortalidade, demonstrando envolvimento de território vascular perisylviano dominante, tomando-se mutismo como importante elemento semiológico.
Objective: To establish whether vascular aphasic syndromes can predict stroke outcomes. Method: Thirty-seven adults were evaluated for speech and language within 72 hours after a single first-ever ischemic brain lesion, in blind association to CT and/or MR. Results: Speech or language disabilities were found in seven (87.5%) of the eight deceased patients and twenty-six (89.7%) of the twenty-nine survivors. Global aphasia was identified in eleven patients, all with left hemisphere lesions (nine mute; five deceased), consisting on a risk factor for death in the acute stroke phase (Ï=0.022). Age (z=1.65; Ï>0.09), thrombolysis (Ï=0.591), infarct size (Ï=0.076) and side (Ï=0.649) did not significantly influence survival. Absence of aphasia did not predict a better evolution, regardless of the affected hemisphere. Prevalence of cardiovascular risk factors was similar for all patient groups. Conclusion: Global aphasia in acute stroke can adversely affect prognosis, translated into impairment of dominant perisylvian vascular territories, with mutism as an important semiological element.