Este artigo tem por objetivo refletir como a literatura afro-brasileira (IANNI, 1988; Diogo, 2016; Pereira, 2017) contribui para a construção de uma educação antirracista (MUNANGA, 2005; CARNEIRO, 2005; LIMA, 2005) por meio da obra A Escrava,de Maria Firmina dos Reis. Por se tratar de um artigo de reflexão conceitual, a obra A Escrava éabordada como práticasocial discursiva na qualos sujeitos, por meio dela, interagem noe como mundo a sua volta. Nesse sentido, os discursos de Maria Firmina do Reis emergem questões sobre identidades sociais e posições dos sujeitos negros e da mulher negra nas relações sociaisda época e que perduram na atualidade. Por essa razão, A Escrava seconfigura como uma proposta de prática educativa emancipatória(FREIRE, 2005)e antirracista pela qual podem ser discutidos conhecimentos e crenças que possibilitam a aproximação dos sujeitos da atualidade com histórias, memórias, experiências e vivências contadas por outros sujeitos que narram, por meio de suas obras, as trajetórias de seus silenciamentos e lutas em consequência da sua raça, cor e gênero.
This article aims to reflect how Afro-Brazilian literature (IANNI, 1988; Diogo, 2016; Pereira, 2017) contributes to the construction of an anti-racist education (MUNANGA, 2005; CARNEIRO, 2005; LIMA, 2005) through the work The Slave, by Maria Firmina dos Reis. As it is an article of conceptual reflection, the work A Escrava is approached as a discursive social practice in which subjects, through it, interact in and with the world around them. In this sense, the speeches of Maria Firmina do Reis raise questions about social identities and positions of black subjects and black women in social relations at the time and which persist today. For this reason, A Escrava is configured as a proposal for an emancipatory (FREIRE,2005) and anti-racist educational practice through which knowledge and beliefs that enable the approximation of current subjects with stories, memories, experiences and experiences told by other subjects can be discussed who narrate, through their works, the trajectories of their silences and struggles as a result of their race, color and gender.