A convivência ética entre os seres vivos é impossÃvel no capitalismo. ConstituÃda de um padrão global de poder —Colonialidade— que incide sobre raça, saber, ser, natureza, a institucionalidade capitalista é hostil à ética porque esta contraria práticas —patriarcais, raciais, etnocidas, epistemicidas, ecocidas— que ameaçam de extinção a vida na Terra. Só uma ordem institucional contra hegemônica pode instituir outros modos de vida nos quais a ética é constitutiva da convivência em uma comunidade de vida, como propõe a ciência da Agroecologia. O capitalismo se oculta na ideia de desenvolvimento para devorar mercados cativos, matéria prima abundante, mão de obra barata, mentes obedientes e corpos disciplinados, enquanto viola o humano, o social, o cultural, o ecológico, o espiritual, o ético. Como desenvolvimento = capitalismo, a Agroecologia só fará sua contribuição integral à felicidade dos povos rurais e à sustentabilidade de seus modos de vida no ‘dia depois do desenvolvimento’: quando o paradigma do Bem Viver, com sua ética da inovação, supera a institucionalidade ordenada para o capital por outra orientada para a vida.
Capitalism makes impossible ethical conviviality among all living beings. Constituted by a global power pattern —Coloniality— that acts upon race, knowing, being, nature, the capitalist institutionality is hostile to ethics for it conflicts with practices —patriarchal, racial, ethnocide, epistemicide, ecocide— that threaten of extinction life on Earth. Only a counter hegemonic institutional order can establish other livelihoods in which ethics is constitutive of conviviality in a community of life, as proposed by the science of Agroecology. Capitalism disguises itself under the idea of development to devour captive markets, abundant raw material, cheap labor, obedient minds, and disciplined bodies, while violates the human, the social, the cultural, the ecological, the spiritual, the ethical. As development = capitalism, Agroecology will fully contribute to the happiness of rural peoples and to the sustainability of their livelihoods only the ‘day after development’: when the Living Well paradigm, with
its ethics of innovation, overcomes the institutionality ordered to capital by other oriented
to life.