Este artigo empreende uma revisão das maneiras pelas quais os historiadores sociais da Ãndia têm abordado o trabalho feminino, e propõe a necessidade de superar alguns de seus limites. Em meio a um contexto de desindustrialização e de informalização das relações de trabalho na Ãndia, a autora enfoca as interpretações historiográficas mais estabelecidas, em particular a polêmica do provedor e a conseqüente exclusão e invisibilização do trabalho feminino em tais contextos. Em seguida, aborda as sugestões de estudos recentes sobre o trabalho rural de mulheres e a migração de homens para as cidades no sentido de questionar as fronteiras entre o trabalho formal e informal. Finalmente, defende a necessidade de se repensar as relações entre trabalho, domesticidade e gênero, numa perspectiva que privilegia as estratégias das mulheres para redefinir noções de domesticidade em suas práticas cotidianas.