Este artigo considera como o misticismo é apresentado na escrita de Hilda Hilst, avaliando a variedade de aplicações do termo no seu universo literário: o misticismo é frequentemente usado para denotar de modo vago alguma classe de espiritualidade, alguma atitude ou experiência religiosa, ou, em sentido restrito, a evidência directa, intuitiva de Deus. O estudo analisa o papel significativo do êxtase e da aflição nos seus trabalhos, onde as personagens tratam com o sobrenatural e o Absoluto – onde o Divino semelha distante – e experimentam uma profunda crise de fé em Deus. Aliás, o artigo revista e avalia escolhas temáticas como a pena, o pessimismo e a tragédia, nas quais Hilst trata a derrelição como um mecanismo literário, usando-o como uma representação simbólica da falta de sentido e significado da existência.
This article considers how mysticism is presented in Hilda Hilst’s writing, evaluating the variety of applications of the term in her literary universe: mysticism is often used to denote vaguely any kind of spiritualism, any religious attitude or experience, or, in the strictes sense, the direct, intuitional evidence of God. The study analyses the significant of ecstasy and distress in her works, where the characters deals with the supernatural and the Absolut –where the Divine seems distant– and have a deep crisis of faith in God. Also, it reviews and evaluates thematic choices, such as grief, pessimism and tragedy, in wich Hilst treats dereliction as a literary device, using it, as a symbolic representation of the lack of sense and meaning of existence.