Esse artigo trata de um trabalho de campo que realizei acompanhando três pessoas de diferentes povos indígenas, moradores de um local chamado de Aldeia Vertical no Rio de Janeiro, que vêm desde 2016 desenvolvendo uma horta comunitária no Complexo de Favelas do São Carlos. A horta é construída por eles como um espaço de “divulgação da cultura indígena” pelas relações ali produzidas entre corpos, alimentos e técnicas. Enfoco aqui, principalmente as relações tecidas por essas pessoas entre as ideias de “cultura” e “aprendizado”, estabelecendo um diálogo com teorias da etnologia ameríndia, assim como a abordagem afro-indígena para pensar a experiência da alteridade na cidade.
This paper is about field work conducted with three people, from different indigenous groups, who live in Rio de Janeiro in a place called the Vertical Village and have been developing a community garden in the São Carlos Favela complex since 2006. The garden is conceived as a space of “dissemination of indigenous culture” through the creation of relationships between bodies, food and techniques. Here I focus on the connection between their ideas of “culture” and “learning”, establishing a dialogue with theories of ameridian ethnology, as well as with an afro-indigenous approach in order to think the experience of alterity in the city.