Dosse diz que as anedotas e os fatos interessantes da vida do biografado são as principais razões do fascínio dos leitores, sendo o biógrafo como um retratista, que “molda” a imagem do seu biografado. Alexander Gilchrist, em sua biografia The Life of William Blake: Pictor Ignotus (1863) revela um artista competente e sério, mas ao mesmo tempo apresenta aos leitores um visionário excêntrico, que conversava com espíritos. A obra de Gilchrist foi a primeira biografia dedicada a William Blake e a grande responsável pela recepção de Blake no século XIX, servindo de referência para todos os estudos de Blake a partir de então. No entanto, como a grande maioria das obras de seu tempo, a biografia não cita suas fontes. Esse estudo se preocupa em rastrear, mesmo que hipoteticamente, quais autores possivelmente serviram de referência a Gilchrist, analisando, para tanto, quatorze passagens que marcaram a vida de William Blake, traçando um comparativo entre o que Gilchrist escreveu com o escrito por cinco autores anteriores a ele, sendo eles: Benjamin Heath Malkin (1806), Henry Crabb Robinson (1810), Frederick Tatham (1828), J. T. Smith (1829) e Alan Cunningham (1830).