A alfabetização, hoje, é compreendida para além da fase de escolarização na qual os sujeitos se apropriam
dos conhecimentos da leitura e da escrita e tornam-se competentes para utilizá-los no cotidiano, lendo o
mundo ao redor. No entanto, ainda é tema frequente nos debates acadêmicos da área de educação, pois se
percebe o fracasso escolar dos estudantes tidos como alfabetizados no que tange a capacidade de utilizar
os conhecimentos aprendidos nesta etapa escolar. Neste cenário, destaca-se a questão se a metodologia e
os recursos utilizados pela maioria dos professores de alfabetização não estão atendendo a necessidade de
desenvolver leitores e escritores crÃticos e participativos, frente ao universo das Tecnologias de
Informação e Comunicação (TIC), que organizaram grande parte das atividades de nossa sociedade. As
práticas educativas repetitivas, mecânicas, de aplicação social restrita e sem significados para os
estudantes têm gerado um aprendizado de habilidades automatizadas e descontextualizadas das atuais
demandas sociais. Este aprendizado não possibilita o desenvolvimento de pessoas crÃticas, capazes de
lutar contra os discursos ideológicos das classes dominantes. As TIC surgem como meios para dinamizar
a prática alfabetizadora, trazendo essa realidade para o contexto escolar. Desta forma, o presente trabalho
busca refletir sobre como as TIC podem contribuir para uma prática docente alfabetizadora democrática,
para transformar a alfabetização em um momento de aprendizagem de habilidades e competências
necessárias para o educando ser considerado um sujeito letrado e agente em seu meio sociocultural.