A urolitíase é uma doença extremamente comum, conhecida popularmente como “pedras nos rins” ou “cálculo renal”. Os litos são massas duras que se formam no trato urinário e podem provocar dor, hemorragia, infecção ou bloqueio do fluxo urinário. A ocorrência desta doença vem aumentando ao longo dos anos. É uma patologia multifatorial que sofre influência de fatores com origem genética, ambiental, nutricional e ocupacional. Ocorre, principalmente, no sexo masculino, tendo seu pico de incidência na 3ª ou 4ª década de vida, sendo um problema de saúde pública devido ao alto risco de ocasionar doença renal crônica. As crianças representam um grupo de grande vulnerabilidade devido ao crescimento rápido e à imaturidade fisiológica e imunológica. Em vista disso, este estudo destina-se a investigar como o aleitamento materno interfere na litogênese urinária em crianças menores de 24 meses, descritas como lactentes. Desde o primeiro ano de vida os humanos, podem desenvolver urolitíase, que, relaciona-se com fatores não modificáveis como a genética e modificáveis, como a dieta alimentar, sendo o desmame precoce um dos indutores à formação desta patologia. Isto se justifica pela elevada permeabilidade do tubo digestivo e imaturidade do sistema renal para eliminar altas concentrações de solutos da alimentação das crianças com até vinte e quatro meses de vida. Nos artigos analisados foram encontrados maiores níveis urinários de substâncias como o fósforo em crianças cuja alimentação era acrescida de fórmula láctea, sendo o aleitamento materno exclusivo fator impeditivo da supersaturação e agregação dos cristais, reduzindo significativamente os casos de urolitíase. Ao fim, restou evidenciado que, a transferência de nutrientes, anticorpos e fatores de crescimento por meio do aleitamento materno, demonstra um efeito protetor na formação de cálculos urinários em lactentes, fortalecendo o sistema imunológico e contribuindo para um crescimento ideal.
Urolithiasis is popularly known as "kidney stones" or "renal calculi." Kidney stones are hard masses that form in the urinary tract and can cause pain, bleeding, infection, or blockage of the urinary flow. It is a multifactorial pathology that is influenced by genetic, environmental, nutritional, and occupational factors. It occurs mainly in males and is a public health concern due to its high risk of causing chronic kidney disease. Children are a highly vulnerable group due to their rapid growth and physiological and immunological immaturity. Therefore, this study aims to investigate how breastfeeding interferes with urinary lithogenesis in children under 24 months of age, described as infants. To this end, an integrative review was carried out in journals and databases during the month of July 2023. The search strategy included the descriptors "breastfeeding" and "urolithiasis" linked by the Boolean operator "AND" in Pubmed/Medline, Scielo, BVS, Embase, Scopus, Web of Science, and Lilacs. It is possible to develop urolithiasis from the first year of life, and this pathology is related to non-modifiable factors such as genetics and modifiable factors such as diet, with early weaning being one of the inducers of lithogenesis. This is due to the high permeability of the digestive tract and the immaturity of the renal system to eliminate high concentrations of solutes from the diet of children up to 24 months old. Higher urinary levels of substances such as phosphorus were found in children whose diet included milk formula, with exclusive breastfeeding preventing supersaturation and aggregation of crystals, significantly reducing cases of urolithiasis. Finally, it was shown that the transfer of nutrients, antibodies, and growth factors through breastfeeding has a protective effect on the formation of urinary calculi in infants, strengthens the immune system, and contributes to optimal growth.