O artigo parte de um levantamento da recepção crÃtica dos romances e contos de
Inglês de Sousa para apontar o que considera um problema recorrente nela, qual seja, a afirmação
de que essa literatura seria marcada por um caráter testemunhal, responsável pela sua designação
em termos de “retrato fiel†e “objetivo†da realidade. Ao mesmo tempo em que se questiona essa
leitura, propõe-se uma comparação entre trechos de romances e relatos de viajantes, como Walter
Bates e Louis Agassiz, a fim de mostrar que algumas passagens semelhantes nos dois casos pode
indicar uma das possÃveis fontes do romancista na composição de sua obra, sugerindo, assim, que
a representação de uma paisagem tipicamente brasileira pode ter sido construÃda a partir de um
processo de “transferência culturalâ€. A partir disso, terÃamos um entendimento mais complexo a
respeito da construção da imagem da Amazônia no chamado “romance amazônicoâ€.
The article is based on a survey of the critical reception of novels and tales by Inglês
de Sousa to point out a recurrent problem in it, namely, the claim that this literature would be
marked by a testimonial character, as a “true picture†and “objective description†of reality. After
questioning this reading, the article proposes a comparison of excerpts from novels and travelers’
accounts, such as Walter Bates and Louis Agassiz, in order to show that some similar passages in
both cases may indicate possible sources for the writer’s fiction, suggesting therefore that the representation
of a typical Brazilian landscape may have been built from a process of “cultural transferâ€.
Starting from this, we can build a more complex understanding of the Amazon image from the
so-called “Amazonian novelâ€.