Drácula (1897), de Bram Stoker, é o romance gótico fin de siècle mais adaptado para o cinema. No início dos anos 1990, o diretor Francis Ford Coppola apresentou a sua versão cinematográfica
da personagem Mina Murray/Harker em seu filme Drácula de Bram Stoker – interpretada por Winona Ryder como ideal da beleza física à época, a abordagem da heroína proposta pelo filme
pode ter sido um dos motivos para o seu grande sucesso comercial. Do ideal da mulher vitoriana admirada por homens por sua sensatez e castidade, tal como é retratada no livro, Mina passa a
objeto de desejo sexual em meio à narrativa frenética e repleta de efeitos especiais dirigida por Coppola. Baseado, sobretudo, nos estudos de Judith Weissman e Elizabeth Miller no que diz respeito à personagem Mina e nas noções de adaptação fílmica propostas por Linda Hutcheon, o presente artigo tem por objetivo examinar as mudanças operadas na personagem na passagem
livro/filme e procura entender como e por que Mina foi transformada no processo de adaptação.