Análise comparativa da brincadeira simbólica de crianças cegas congênitas e de visão normal

Benjamin Constant

Endereço:
Avenida Pasteur, 350/368 - Divisão de Pós-Graduação e Pesquisa - Urca
Rio de Janeiro / RJ
22290240
Site: http://revista.ibc.gov.br/
Telefone: (21) 9889-8617
ISSN: 1984-6061 (on-line)
Editor Chefe: Bianca Della Líbera e Luiz Paulo da Silva Braga
Início Publicação: 01/01/2018
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

Análise comparativa da brincadeira simbólica de crianças cegas congênitas e de visão normal

Ano: 2008 | Volume: 0 | Número: 40
Autores: Maria Monteiro Drumont Poyares, Márcia Goldfeld
Autor Correspondente: Luiz Paulo da Silva Braga | [email protected]

Palavras-chave: Brincadeira, deficiente visual, criança, inclusão

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este trabalho teve como objetivo verificar as dificuldades ou diferenças que a deficiência visual, mais especificamente a cegueira congênita, impõe ao desenvolvimento da brincadeira simbólica. São apresentados os dados de uma pesquisa de campo com crianças cegas congênitas e crianças videntes, comparando suas competências quanto à brincadeira simbólica. O grupo de pesquisa consistiu de seis crianças cegas congênitas, estudantes da escola especializada do Instituto Benjamin Constant no Estado do Rio de Janeiro, que não possuem patologias neurológicas graves ou auditivas. As crianças eram do sexo masculino, na faixa etária de 4 a 6 anos e nível socioeconômico baixo. O grupo de controle foi composto de crianças sem comprometimento visual e com as mesmas características das do grupo de pesquisa, objetivando o seu pareamento. No desenvolvimento da brincadeira simbólica, a pesquisa confirmou a expectativa, já que a criança cega congênita estabeleceu uma relação diferente com os objetos e com a condução da brincadeira, em comparação às crianças videntes. Os dados revelaram que a necessidade de manipulação prolongada dos objetos, as constantes perguntas ao adulto sobre seus atributos e o interesse no objeto em si, provocaram uma ruptura na condução da brincadeira. Este fato não foi observado na criança vidente. A análise dos dados permitiu eleger a brincadeira simbólica como importante indicador do desenvolvimento da criança cega e indispensável para múltiplas elaborações.



Resumo Inglês:

This study aimed to verify the difficulties or differences that visual impairment, more specifically congenital blindness, imposes on the development of symbolic play. The data of a field research with congenital blind children and sighted children are presented, comparing their competences regarding symbolic play. The research group consisted of six congenital blind children, students from the specialized school of the Instituto Benjamin Constant in the State of Rio de Janeiro, who do not have severe neurological or auditory pathologies. The children were male, aged between 4 and 6 years old and with low socioeconomic status. The control group was composed of children without visual impairment and with the same characteristics as the research group, aiming at their pairing. In the development of symbolic play, the research confirmed the expectation, as the congenitally blind child established a different relationship with the objects and with the conduct of the game, compared to sighted children. The data revealed that the need for prolonged manipulation of objects, constant questions to adults about their attributes and interest in the object itself, caused a rupture in the conduct of the game. This fact was not observed in the sighted child. Data analysis allowed choosing symbolic play as an important indicator of the development of blind children and indispensable for multiple elaborations.



Resumo Espanhol:

Este estudio tuvo como objetivo comprobar las dificultades o diferencias que la discapacidad visual, más concretamente la ceguera congénita, impone en el desarrollo del juego simbólico. Se presentan datos de una investigación de campo con niños con ceguera congénita y niños videntes, comparando sus habilidades con respecto al juego simbólico. El grupo de investigación estuvo integrado por seis niños ciegos congénitos, estudiantes de la escuela especializada del Instituto Benjamin Constant en el estado de Río de Janeiro, que no presentan patologías neurológicas o auditivas graves. Los niños eran varones, con edades comprendidas entre los 4 y 6 años y de bajo nivel socioeconómico. El grupo de control estuvo compuesto por niños sin discapacidad visual y con las mismas características que los del grupo de investigación, con el objetivo de su apareamiento. En el desarrollo del juego simbólico, la investigación confirmó la expectativa, ya que el niño con ceguera congénita estableció una relación diferente con los objetos y con la conducción del juego, en comparación con los niños videntes. Los datos revelaron que la necesidad de una manipulación prolongada de los objetos, las preguntas constantes a los adultos sobre sus atributos y el interés por el objeto en sí, provocaron una ruptura en la conducción del juego. Este hecho no se observó en el niño vidente. El análisis de datos permitió elegir el juego simbólico como un indicador importante del desarrollo de los niños ciegos e indispensable para múltiples elaboraciones.



Resumo Francês:

Cette étude visait à vérifier les difficultés ou les différences que la déficience visuelle, plus précisément la cécité congénitale, impose au développement du jeu symbolique. Les données d'une recherche sur le terrain auprès d'enfants aveugles congénitaux et d'enfants voyants sont présentées, comparant leurs compétences en matière de jeu symbolique. Le groupe de recherche était composé de six enfants aveugles congénitaux, étudiants de l'école spécialisée de l'Instituto Benjamin Constant dans l'État de Rio de Janeiro, qui ne présentent pas de pathologies neurologiques ou auditives sévères. Les enfants étaient de sexe masculin, âgés de 4 à 6 ans et de faible statut socio-économique. Le groupe témoin était composé d'enfants sans déficience visuelle et ayant les mêmes caractéristiques que ceux du groupe de recherche, visant leur appariement. Dans le développement du jeu symbolique, la recherche a confirmé l'attente, car l'enfant congénitalement aveugle a établi une relation différente avec les objets et avec la conduite du jeu, par rapport aux enfants voyants. Les données ont révélé que la nécessité d'une manipulation prolongée des objets, les questions constantes posées aux adultes sur leurs attributs et leur intérêt pour l'objet lui-même, provoquaient une rupture dans la conduite du jeu. Ce fait n'a pas été observé chez l'enfant voyant. L'analyse des données a permis de choisir le jeu symbolique comme indicateur important du développement des enfants aveugles et indispensable pour de multiples élaborations.