Este artigo apresenta a aplicabilidade dos fundamentos teóricos provenientes da Teoria da Classificação Facetada para as atividades relacionadas à construção de modelos de domínios de conhecimento. Para tanto, tem como campo empírico os projetos de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa em Agropecuária, organizados por meio de portfólios que abrangem as principais áreas de atuação da empresa a partir de uma classificação temática baseada em objetivos estratégicos. A partir de uma abordagem qualitativa, aplica-se o postulado das categorias numa amostra de onze portfólios – de um total de trinta e quatro –, selecionados a partir da possibilidade de acesso aos projetos de pesquisa vinculados, bem como a um conjunto de documentos institucionais utilizados como fonte de informação na análise. Após um exercício de categorização dos portfólios a partir das categorias fundamentais propostas por Ranganathan – Personalidade, Matéria, Energia, Espaço e Tempo –, pôde-se perceber que não há um princípio norteador único na base classificatória dos portfólios e que coexistem diferentes princípios, embora isso não esteja explicitado. A análise demonstrou que existem portfólios relacionados às categorias Personalidade, Matéria e Energia. Conclui-se que a Teoria da Classificação Facetada se mostra útil e relevante em diferentes contextos, visto que possibilita um raciocínio lógico para a criação de classes e subclasses num sistema de conceitos, o que independe da materialidade do objeto, pois se situa no chamado Plano das Ideias. Logo, mostra-se essencial para a construção de modelos de domínios de conhecimento.
This paper discusses the applicability of the principles of Ranganathan faceted classification for activities related to building models of fields of knowledge. We examine the research projects of the Brazilian Agricultural Research Corporation, which are organized in portfolios that comprise the corporation’s main fields of operation and that are classified by themes according to strategic goals. We adopt a a qualitative approach and we apply the postulate of categories, proposed by S. R. Ranganathan, to a sample of eleven portfolios (out of 34), which we chose because they linked to the related research projects and because we were able to access and use additional institutional documents related to such projects in our analysis. After categorizing the portfolio into the fundamental categories proposed by Ranganathan, the PMEST categories (Personality, Matter, Energy, Space and Time), we noticted that there was no single guiding principle in the portfolio’s classification basis and that different principles coexisted, although this was not explicit. The analysis showed that there were portfolios related to the Personality, Matter, and Energy categories. We argue that Ranganathan’s faceted classification methods are useful and relevant in a variety of contexts, since they provide a logical basis to the definition of classes and subclasses in a concept system, and that those methods do not depend upon the materiality of the object that is to be categorized, as they deal with what is called the “idea plane”. These methods are deemed essential to the development of knowledge domain models.