Este artigo analisa a estrutura produtiva do segmento produtor de papéis tissue no Brasil (em especial, a sua concentração), destacando a evolução da produção e do consumo desses papéis no país. Para tanto, consideram-se dados de 1962 a 2015, dando atenção especial aos anos a partir de 1980. Partiu-se do paradigma estrutura-conduta-desempenho para ressaltar que aspectos daquele segmento estão sendo analisados, a saber: a sua estrutura de produção e as suas condições de demanda. A partir de dados coletados das associações que representam o segmento em análise e do Euromonitor, indicadores de concentração da produção (como o CR4, CR8 e HHI) foram calculados, bem como foram estimadas equações de demanda. Entre as conclusões do artigo, ressaltam-se: (1) no período de 1962 a 2015, a produção brasileira de papéis tissue cresceu à taxa geométrica anual de 7,48%, frente ao crescimento de 5,71% a.a. da produção total de papéis. Consequentemente, a importância dos papéis tissue na produção total de papéis no Brasil passou de 4,2%, em 1962, para 10,8% em 2015; (2) devido a suas características de grande volume e baixo peso, o comércio exterior dos papéis tissue é pequeno, garantindo poder de mercado para as empresas aqui instaladas na fixação de preços; (3) há concentração regional na produção de papéis tissue, mas que tem reduzido ao longo do tempo; (4) a demanda desse produto é inelástica a preço e elástica a renda. As elasticidades preço e renda estimadas para o período de 1980 a 2015 foram de -0,076 e 1,671, respectivamente, mostrando que apesar de ser um produto de luxo, a demanda de papéis tissue é pouco sensível a variações de preços.