O objetivo do presente trabalho é expor os riscos existentes na atividade de telescopagem de grua ascensional que emprega, para sua elevação, sistema de transferência de esforços que consiste em conjunto de mastro e corpo telescópicos movimentados por cabo de aço tracionado pelo tambor de montagem. A identificação do problema advém das conclusões de análise de acidente de trabalho ocorrido com uma grua no ano de 2019. Tal análise foi efetivada por meio de inspeções empreendidas no canteiro de obras no qual o acidente ocorreu, durante as quais foram realizadas entrevistas com os profissionais direta e indiretamente envolvidos nesse evento adverso, e de avaliação detida das partes da grua que possivelmente estavam envolvidas na gênese do evento acidentário - além da apreciação de outras partes dessa máquina que poderiam originar diferentes sequências acidentais potencialmente geradoras de desfechos semelhantes. Os trabalhadores envolvidos nessa operação de telescopagem sujeitam-se ao risco de esmagamento pela estrutura da grua quando, sob a mesma, devem manusear os elementos destinados a sua sustentação, por exemplo. A magnitude das lesões físicas às quais os obreiros se sujeitam conjugada à existência de múltiplas fontes independentes (nas quais não há redundância de componentes que vise a garantir a efetividade das funções de segurança) cujos defeitos individuais importam na queda da grua implicam a submissão desses trabalhadores a risco grave e iminente e, portanto, a uma condição de lavor inaceitável. Diante disso, propõe-se a inserção da proibição de seu uso no texto de normas regulamentadoras do atual Ministério da Economia.