Análise do memorial da finitude de Sartre na obra "A cerimônia do adeus", de Simone de Beauvoir

Memorialidades

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ISSN: 18088090
Editor Chefe: Raimunda Silva d'Alencar
Início Publicação: 31/12/2003
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Educação

Análise do memorial da finitude de Sartre na obra "A cerimônia do adeus", de Simone de Beauvoir

Ano: 2010 | Volume: 7 | Número: 13
Autores: Ana Elisa Sena Klein da Rosa, Ester Paes Klein da Rosa
Autor Correspondente: A. E. S. K. da Rosa, E. P. K. da Rosa | [email protected]

Palavras-chave: finitude, vida, memorial, morte, adeus

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo analisa o texto de maior repercussão e impacto de Simone de Beauvoir, o relato lento e progressivo de morte do filósofo, companheiro, escritor e militante do século XX: Jean-Paul Sartre. Considerados por muitos como símbolos intelectuais, mantiveram um relacionamento aberto, controvertido e polêmico por mais de 50 anos. O objetivo deste trabalho é levantar alguns pontos de reflexão nos temas importantes para a pesquisa em gerontologia, tais como finitude, vida e morte, com base em relatos, testemunhos, escritos e diário de Simone sobre a progressão da doença de Sartre. O memorial de finitude de um filósofo existencialista, seus 10 últimos anos de vida, até a cerimônia do adeus, que foi acompanhada por aproximadamente 50.000 pessoas, procura retratar suas mortes diárias, capacidade de adaptação às perdas e as tentativas de manter-se vivo. Ao deixar o plano existencial, não morreu literalmente, porque conseguiu inserir a filosofia na vida das pessoas comuns. Sartre temia deixar de ser um homem de pensamento, ou seja, temia o fim de sua consciência como o fim de sua visão. O filósofo é reconhecido até hoje pelas contribuições criativas e brilhantes feitas ao meio acadêmico e à humanidade. Ora demonstrava ter perdido o sentido da vida, ora desejava fortemente continuar a viver, escrever sua história, redescobrir-se e continuar a vida com as dificuldades de cada fase, cada dia. A morte libertou-o do sofrimento.



Resumo Inglês:

This article discusses the great impact text by Simone de Beauvoir as she describes the slow death of Jean Paul Sartre, famous philosopher of the 20th century. Sartre and Beauvoir are considered intellectual icons while keeping an open relationship as lovers and friends for more than 50 years. The goal of this reflection is to raise some very important issues concerning gerontology perspective such as finitude, life and death based on the reports, testimonies and Simone’s personal journal about the progression of Sartre’s disease. The journal pictures his last 10 years of life until the farewell ceremony followed by approximately 50,000 people. It contains his daily life and efforts to remain alive. Even dead, his existential ideas remain alive in ordinary people´s lives. Sartre was afraid of losing reason, he feared the end of his consciousness and the lost of sight. The philosopher is still acknowledged for his brilliant and creative contributions. He faced a paradox: a strong desire to continue living and the discovery of the difficulties of each stage of his illness. Death freed him from suffering.