OBJETIVO: Analisar os padrões de associação espacial da concessão de benefícios previdenciários a pessoas vivendo com HIV/aids no Brasil entre 2004 e 2016. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo do tipo ecológico, utilizando dados secundários do Ministério do Trabalho e Previdência Social. As análises foram realizadas com o uso de técnicas de autocorrelação espacial, nomeadamente os índices I de Moran Global e Local. RESULTADOS: Foram concedidos 73.066 benefícios. Macrorregiões de saúde das Regiões Norte e Nordeste do país se destacaram com a formação de aglomerados de padrão baixo-baixo quando analisadas as concessões de benefícios de forma geral, em relação ao sexo e nas áreas urbanas, enquanto o estado de Santa Catarina apresentou aglomerado de padrão alto-alto para essas mesmas variáveis. Apenas nas Regiões Norte e Nordeste foi observado aglomerado de padrão alto-alto para concessão de benefícios em áreas rurais. Em macrorregiões de saúde da Região Norte, observou-se principalmente a formação de aglomerados de padrão baixo-baixo quando analisada a idade no início da doença e da incapacidade laboral. Quando analisado o tempo médio decorrido entre o início da doença e da incapacidade, um extenso aglomerado de padrão baixo-baixo cobriu grande parte das Regiões Norte e Nordeste, e outro extenso aglomerado de padrão alto-alto formou-se nas Regiões Sul e Sudeste do país. CONCLUSÃO: Os dados apresentados refletem a vulnerabilidade social que as populações das Regiões Norte e Nordeste do Brasil estão submetidas em relação à aids, particularmente nos aspectos de informalidade do trabalho e dificuldade de acesso aos serviços de saúde e previdência social.
OBJECTIVE: To analyze spatial association patterns in granting social security benefits to individuals living with HIV/AIDS in Brazil between 2004 and 2016. MATERIALS AND METHODS: This ecological study used secondary data from the Ministry of Labor and Social Security. Spatial autocorrelation techniques, specifically Global and Local Moran's I indices, were employed for analysis. RESULTS: A total of 73,066 benefits were granted. In Brazil's North and Northeast, health macro-regions stood out for forming low-low clusters in overall benefits, by sex, and in urban areas. Conversely, Santa Catarina State exhibited high-high clusters for these same variables. High-high clusters for rural area benefits were observed exclusively in the North and Northeast regions. In the North, low-low clusters predominated when considering age at disease onset and work incapacity. Regarding the average time between disease onset and incapacity, a vast low-low cluster encompassed much of the North and Northeast, while an extensive high-high cluster formed in the South and Southeast. CONCLUSION: The findings highlight the social vulnerability faced by populations in Brazil's North and Northeast regarding AIDS, mainly due to informal labor markets and limited access to healthcare and social security services.