O objetivo da pesquisa foi estudar o mercado brasileiro de Application Service Provider (ASP) sob a ótica das principais teorias de análise estratégica de um setor. Um ASP é uma empresa que provê serviço mediante contrato para disponibilizar, hospedar e gerenciar aplicativos para clientes remotos. Este negócio foi possibilitado pelos avanços nas tecnologias de informação e comunicação, sendo especialmente atraente para empresas de menor porte. Embora recente, do final dos anos 1990, na segunda década do século XXI o termo já está em desuso, sendo substituído por Software as a Service (SaaS). O modelo enfrenta dificuldades para sua adoção no Brasil e no mundo e este trabalho apresenta uma análise estratégica que procura detalhá-lo mais e mostrar como se tentou adaptá-lo ao mercado brasileiro na primeira década do século XXI. Como método de pesquisa foi empregado o estudo de caso. Os dados foram obtidos a partir de entrevistas com executivos de 26 empresas participantes da cadeia de valor da indústria brasileira de ASPs, buscando-se identificar as principais questões que estavam envolvidas na sua disseminação. Para a análise da indústria de ASPs foram utilizados os conceitos mais difundidos de análise estratégica, principalmente os de Porter (1979 e 1985), como o modelo de análise competitiva – “Cinco Forças” – e de “Estratégias Genéricas”. Entretanto, a conclusão da pesquisa mostrou que outros conceitos precisariam ser considerados para capturar as complexidades estratégicas do setor, notadamente as noções de “complementadores” e “ecossistemas” e a busca de estratégias outras que não competir simplesmente para ter o “melhor produto”.
The objective of the research was to study the Brazilian market for Application Service Providers (ASP) under the strategic analysis main theories. An ASP is a company that provides a service under contract to provide, host and manage applications for remote clients. This business model has been made possible by advances in information technology and communications, and is especially attractive for medium and small companies. Although fairly recent, from the late 1990s, in the second decade of this century the term has fallen into disuse and was replaced by Software as a Service (SaaS). The model still faces difficulties in its adoption in Brazil and the world, and this paper presents a case study which allowed a strategic analysis of the ASP industry. The research consisted of an extensive field research conducting interviews with executives from 26 companies within the Brazilian ASP value chain, seeking to identify the key issues that were involved in the dissemination of the model. For the analysis of the industry were used most widespread concepts of strategic analysis, especially Porter (1979 and 1985), with its model of competitive analysis - "Five Forces" - and "Generic Strategies”. However, the findings of the research showed that other concepts need to be taken into account to capture the strategic complexities of the sector, notably the notion of "complementors" and “ecosystems” and search for strategies other than simply compete to have the "best product".
Un Application Service Provider (ASP) es una empresa que proporciona un servicio por contrato para proporcionar, hospedar y gestionar aplicaciones para clientes remotos. Este modelo de negocio fue posible gracias a los avances en las tecnologías de la información y comunicación, y es especialmente atractivo para las medianas y pequeñas empresas. Aunque reciente, desde finales de los años 1990, en la segunda década del siglo XXI el término ya está en desuso y se está remplazando por Software as a Service (SaaS). El modelo enfrentó y aún enfrenta dificultades para su adopción en Brasil y en el mundo, y este trabajo presenta un análisis estratégico que busca detallarlo más y mostrar cómo se trató de adaptarlo al mercado brasileño en la primera década del siglo XXI. Se realizó una extensa investigación de campo, con entrevistas a varios ejecutivos, buscando identificar los principales temas que implica la difusión del modelo. Para el análisis de la industria de ASP se utilizaron los conceptos más difundidos del análisis estratégico, sobre todo los de Porter (1979 y 1985), con el modelo de análisis competitivo —“Cinco Fuerzas”—, y de “Estrategias Genéricas”. Sin embargo, quedó claro que sería necesario tener en cuenta otros conceptos para captar las complejidades estratégicas del sector, en particular la noción de “complementadores” y la búsqueda de estrategias distintas a competir simplemente por tener el “mejor producto”.