OBJETIVO: Apresentar um estudo retrospectivo, abrangendo 17 anos de encaminhamento de pacientes a um serviço público de citogenética clínica em Belém, estado do Pará, localizado na Amazônia brasileira. MATERIAIS E MÉTODOS: Este estudo foi baseado em uma pesquisa retrospectiva realizada de 1997 a 2014, considerando os resultados registrados de bandas G do cromossomo e relacionando-os às informações coletadas durante a avaliação do paciente. RESULTADOS: Do total de 1.580 pacientes, 730 (46,2%) apresentaram alterações cromossômicas, dos quais 637 (87,3%) eram alterações numéricas. Anormalidades envolvendo cromossomos autossômicos foram mais frequentes, 524/730 (71,8%), enquanto alterações nos cromossomos sexuais corresponderam a 28,2% (206). A síndrome de Down foi a mais frequente, 424 (58,1%) dos casos, seguida por 175 (24,0%) casos de síndrome de Turner e 25 (3,4%) de síndrome de Klinefelter. Pacientes com anomalias cromossômicas sexuais foram encaminhados com idade mais avançada quando comparados àqueles com anomalias cromossômicas autossômicas, com picos entre 11 e 15 anos (30,1% dos casos) e 0 a 6 meses de idade (40,5%), respectivamente. CONCLUSÃO: Esses achados são semelhantes a outros estudos e chamam a atenção para a necessidade de políticas públicas que visem a melhorar tanto a qualidade quanto o diagnóstico e os cuidados subsequentes ao paciente.
OBJECTIVE: To present a retrospective study covering 17 years of referral of patients to a public clinical cytogenetic service in Belém, Pará State, located in the Brazilian Amazon. MATERIALS AND METHODS: This study was based on a retrospective survey conducted from 1997 to 2014, considering registered chromosome G-banding results and relating them to information collected during patient evaluation. RESULTS: From a total of 1,580 patients, 730 (46.2%) had chromosomal abnormalities, of which 637 (87.3%) showed numerical alterations. Abnormalities involving autosomal chromosomes were more frequent, 524/730 (71.8%), while alterations in sex chromosomes comprised 28.2% (206). Down's syndrome was the most frequent, 424 (58.1%) of cases, followed by 175 (24.0%) cases of Turner's syndrome, and 25 (3.4%) of Klinefelter's syndrome. Patients with sex chromosome abnormalities were referred at a more advanced age when compared with those having autosomal chromosome abnormalities, with peaks around 11-15 years old (30.1% of cases) and 0-6 months old (40.5%), respectively. CONCLUSION: These findings are very similar to other studies and draw attention to public measures to improve both the quality with regard to diagnosis and the subsequent care of the patient.