OBJETIVOS: Avaliar a eficácia entre terapias apenas com trastuzumabe ou pertuzumabe mais trastuzumabe, em pacientes com câncer de mama HER2-positivo metastático.
MATERIAL E MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal no Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), Recife, Brasil. Cento e setenta e dois pacientes com câncer de mama (CM) HER2-positivo metastático foram divididos em dois grupos. Um grupo de pacientes foi submetido à quimioterapia apenas com trastuzumabe, entre 2013 e 2016; e outro grupo foi submetido ao tratamento com pertuzumabe mais trastuzumabe (P+H) entre 2017 e 2020.
RESULTADOS: A idade mediana foi de 50,4 anos (variação 25-86) quando diagnosticada com metástase tumoral. Os pacientes tratados apenas com trastuzumabe tiveram uma taxa de mortalidade de 13/100 mulheres por ano (IC 95%: 9,19 a 18,38), e aqueles tratados com trastuzumabe mais pertuzumabe tiveram uma taxa de mortalidade de 4,14/100 mulheres por ano (IC 95%: 2,50 a 6,87). A razão de risco estimada (HR) para o grupo tratado apenas com trastuzumabe foi 3,16 vezes maior que o grupo tratado com P+H. O grupo de pacientes que evoluiu para metástase durante o seguimento apresentou risco 3,12 vezes maior de óbito em relação ao grupo em metástases tumorais no diagnóstico precoce. Na análise multivariada, a estimativa de FC ajustada para o grupo tratado apenas com trastuzumabe foi 3,58 vezes maior de óbito do que o grupo P+H. O tempo médio de seguimento foi de três anos (15 dias a 14,7 anos). A taxa de mortalidade estimada foi de 7,73/100 mulheres diagnosticadas por ano (IC 95%: 5,80 a 10,3). Na análise da sobrevida global (SG), houve diferença significativa entre os grupos tratados apenas com trastuzumabe ou P+H (p<0,0001).
CONCLUSÃO: Há benefícios na incorporação de novas terapias na rede pública de saúde do Brasil para o tratamento de mulheres com câncer de mama HER2-positivo metastático, impactando no aumento da SG e melhor qualidade de vida, mesmo naquelas diagnosticadas em estágios mais avançados.
OBJECTIVES: To evaluate the efficacy between trastuzumab-only or pertuzumab plus trastuzumab therapies in metastatic HER2-positive breast cancer patients.
MATERIAL AND METHODS: At Hospital de Cancer de Pernambuco (HCP), Recife, Brazil, a cross-sectional study was carried out. One hundred seventy-two patients with HER2-positive metastatic breast cancer (BC) were divided into two groups. One group of patients underwent chemotherapy with trastuzumab-only between 2013 and 2016, and another group underwent treatment with pertuzumab plus trastuzumab (P+H) between 2017 and 2020.
RESULTS: The median age was 50.4 years (range 25-86) when diagnosed with tumor metastasis. The patients treated with trastuzumab-only had a mortality rate of 13/100 women per year (95% CI: 9.19 to 18.38), and those treated with trastuzumab plus pertuzumab had a mortality rate of 4.14/100 women per year (95% CI: 2.50 to 6.87). The estimated risk ratio (HR) for the trastuzumab-only group was 3.16-fold higher death than the P+H-treated group. The group of patients who evolved into metastasis during follow-up had a risk 3.12-fold higher of death compared to the group in tumor metastases at early diagnosis. In the multivariate analysis, the HR estimate adjusted for the trastuzumab-only treated group was 3.58-fold higher death than the P+H group. The mean follow-up time was three years (15 days to 14.7 years). The estimated mortality rate was 7.73/100 diagnosed women per year (95% CI: 5.80 to 10.3). In the analysis of overall survival (OS), there was a significant difference between the groups treated with trastuzumab-only or P+H (p<0.0001).
CONCLUSION: There are benefits in incorporating new therapies into Brazil's public health network for the treatment of women with metastatic HER2-positive breast cancer, impacting increased OS and better quality of life, even those diagnosed in more advanced stages.