A questão da centralização do poder político sempre foi colocada em pauta na análise a respeito da formação dos Estados europeus. Para o entendimento da instituição monárquica, poder central medieval e constituição do Estado Moderno, grandes correntes de pensamento atribuíam à Idade Média uma relação genealógica entre coroa, rei e Estado, uma visão centralista do poder. Porém, novos trabalhos vêm dando nova tônica à temática. O objetivo nesse artigo é problematizar a ideia de “centralização precoce” em Portugal na Baixa Idade Média (século XIV), apresentar as reflexões historiográficas tecidas por Antonio Manuel Hespanha a respeito da problematização da ideia dos temas que até então vinham sendo tratados pela historiografia institucionalista e apresentar o modelo corporativo como meio adequado para a explicação do corpo político medieval português.