Objetivo: este artigo propõe e avalia um modelo causal sobre compartilhamento de conhecimento entre pares no ambiente de trabalho. O modelo proposto, integrado à Teoria do Comportamento Planejado, inclui fatores psicossociais (liderança transformacional, identificação com o grupo de trabalho, e entendimento compartilhado) e organizacionais (oportunidades e formalização de processos de compartilhamento de conhecimento) como antecedentes das atitudes do indivíduo, de sua percepção sobre normas subjetivas associadas a seu grupo e seu supervisor direto, e de sua intenção e comportamento efetivo de compartilhamento de conhecimento. Métodos: o modelo foi testado estatisticamente com técnicas de modelagem de equações estruturais, a partir de dados fornecidos por 131 funcionários da área de atendimento ao cliente de uma grande empresa brasileira de telecomunicações. Resultados: os resultados indicam que os elementos psicossociais avaliados têm forte influência nas atitudes e práticas de compartilhamento de conhecimento entre pares. As hipóteses associadas ao controle comportamental não foram comprovadas. Além disso, a intenção de compartilhar conhecimento não parece ser afetada pelas normas subjetivas associadas ao supervisor direto do indivíduo, e sim apenas pelas relacionadas a seu grupo. Conclusões: a proximidade cognitiva entre os membros do grupo, refletida na percepção do indivíduo de entendimento compartilhado com seu grupo de trabalho, foi um elemento importante na formação de atitudes favoráveis ao compartilhamento de conhecimento. Adicionalmente, indivíduos com maior identificação com o seu grupo tenderam a ter atitudes mais positivas em relação ao compartilhamento de seus conhecimentos. Essa atitude tende a ser mais positiva quando o supervisor direto do indivíduo adota um estilo de liderança mais transformacional. A influência dos líderes parece se estender desde a formação de uma cultura de troca de conhecimento no grupo e difusão de princípios que estimulam essa troca, até a viabilização de oportunidades por meio de uma gestão ativa da difusão de conhecimento nas equipes.
Objective: this paper proposes and evaluates a causal model to explain knowledge sharing among peers in the workplace. The proposed model, based on the Theory of Planned Behavior, includes psychosocial factors (transformational leadership, workgroup identification, and shared understanding) and organizational factors (knowledge sharing opportunities and formalization of knowledge sharing processes) as antecedents of individuals' attitudes, perception of subjective norms associated with their group and their direct supervisor, and intention and effective knowledge-sharing behavior. Methods: the model was statistically tested using structural equation modeling techniques with data provided by 131 customer service employees of a large Brazilian telecommunications company. Results: the results indicate that the psychosocial elements have a strong influence on knowledge sharing attitudes and practices. The hypotheses associated with behavioral control have not been confirmed. Moreover, the intention to share knowledge does not seem to be affected by the subjective norms associated with the individual's direct supervisor, but only by those related to their group. Conclusions: the cognitive proximity between group members, reflected in their perception of shared understanding, was an important element in the elicitation of attitudes favorable to knowledge sharing. Additionally, individuals with greater identification with their group tended to have more positive attitudes toward sharing their knowledge. This attitude tends to be more positive when the individual's direct supervisor adopts a more transformational leadership style. The influence of leaders seems to extend from the development of a culture of knowledge exchange and diffusion of principles that stimulate this exchange, to the creation of opportunities to share knowledge through the active management of knowledge diffusion in their teams.