Os debates sobre o realismo ocupam um papel
fundamental no acervo dos tópicos filosóficos do século
passado. A atenção que Michael Dummett dedicou a esses
debates promoveu uma notável ampliação de seu conteúdo
e assegurou uma progressiva relevância filosófica a seus
desdobramentos. Nesse artigo, abordo esses debates a partir
de uma perspectiva anti-representacionista que vem a traduzilos
no escopo do paradigma do “espelhamentoâ€. Para tanto,
tomo como base teórica o pensamento de Richard Rorty e
como motivo de condução a tese segundo a qual “o mundo
está dado, mas verdade não está dadaâ€. Os resultados
apontam para o abandono do realismo como pauta filosófica
e, em última instância, para uma modificação na autoimagem
dos filósofos.