Este artigo analisa como o filme de Nelson Pereira dos Santos, intitulado Como Era Gostoso o Meu Francês, aciona, de diferentes maneiras, o conceito da Antropofagia, desenvolvido por Oswald de Andrade. Inserido no contexto do Cinema Novo Brasileiro, o longa-metragem lançado em 1971 inverte os discursos historicamente construídos sobre as sociedades indígenas e europeias e, por meio da ironia e da comédia, tece fortes críticas a colonialidade, ao mesmo tempo em que mostra uma visão positiva dos povos indígenas que, no filme, são construídos como pessoas inteligentes e felizes, superiores aos personagens europeus.
This article analyzes how Nelson Pereira dos Santos' film, How Tasty Was My Little Frenchman, triggers, in different ways, the concept of Anthropophagy, developed by Oswald de Andrade. Inserted in the context of Brazilian film movement Cinema Novo, this feature film released in 1971 reverses the historically constructed discourses on indigenous and European societies and, through irony and comedy, strongly criticizes coloniality, while showing a positive view of the indigenous people who, in the film, is built as intelligent and happy people, higher than European characters.