O final dos anos de 1990 foi marcado por uma explosão de debates
em torno do reconhecimento da diversidade cultural brasileira. Tal efeito é
resultado do reconhecimento constitucional do paÃs como Estado pluriétnico
e pluricultural. Esse debate fez emergir um diálogo entre dois campos do
conhecimento - antropologia e educação – introduzindo uma discussão acerca
do reconhecimento da diversidade cultural brasileira, tendo a educação
escolar como uma instituição responsável por promovê-lo. É, portanto,
sobre esse processo que nos debruçamos ao longo deste ensaio, tentando
mostrar como este vem se configurando ao longo dos anos. Tal discussão
foi conjugada com os dados empÃricos levantados em uma escola pública
na cidade de Boa Vista, estado de Roraima, caracterizada pela relevante
presença de alunos de diferentes etnias indÃgenas. ConcluÃmos que os
instrumentos normativos não são suficientes para efetivar o respeito e o
reconhecimento do caráter plural da sociedade brasileira e que a concepção
homogeneizadora da mesma prevalece no contexto escolar, mesmo onde a
diversidade é apresentada de forma explicita.