Um suposto fundamental à proposta do método em Marx é a compreensão de que as coisas constituem-se de contradições e forças contrárias, constantes movimentos e transformações, relações e inter-relações com diferentes fenômenos na construção da totalidade, e essa compreensão não é tarefa fácil de ser entendida. Nesse texto procurarei compreender a diferença entre a manifestação das coisas tal como aparecem e sua constituição na realidade, isto é, a diferença existente entre aparência e essência e compreender também a des(naturalização) da realidade, como Marx afirma “Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstância de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado†(1978, p.17). Ao construir um sistema explicativo da história e da sociedade, Marx estabelece bases metodológicas e princÃpios epistemológicos para orientar seu método, nesse sentido, é preciso um pensamento que se proponha operar como esclarecimento da realidade, visto que a verdade como está constituÃda não é transparente. A realidade tal qual se apresenta em sua aparência não descortina e não apreende suas dimensões, pois a forma como ela se produz não é transparente. Como afirma Ianni (1985), é na análise de Marx que o capitalismo se torna transparente, desde as figurações da mercadoria à s relações entre as pessoas, desde os encadeamentos entre a sociedade e o Estado à s contradições de classes. Este trabalho tem como objetivo compreender a essência e a aparência da realidade. Analisa-se, também, a diferenciação entre ciência e ideologia para a compreensão do método em Marx. Em seguida, demonstram-se as diferentes formas da alienação velar a realidade.