Apocalipse sem revelação?: Profecia e crítica em Mangabeira Unger

REVISTA DE CIÊNCIAS DO ESTADO - REVICE

Endereço:
Avenida João Pinheiro, nº 100, Centro.
Belo Horizonte / MG
30130-180
Site: https://seer.ufmg.br/index.php/revice/index
Telefone: (31) 3409-8620
ISSN: 25258036
Editor Chefe: Lucas Antônio Nogueira Rodrigues
Início Publicação: 31/05/2016
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: História, Área de Estudo: Direito, Área de Estudo: Serviço social, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

Apocalipse sem revelação?: Profecia e crítica em Mangabeira Unger

Ano: 2021 | Volume: 6 | Número: 2
Autores: Philippe Oliveira de Almeida
Autor Correspondente: Philippe Oliveira de Almeida | [email protected]

Palavras-chave: Roberto Mangabeira Unger, Critical Legal Studies, profetismo

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O objetivo deste artigo é debater a relação entre visão profética e crítica das ideologias no pensamento do filósofo brasileiro Roberto Mangabeira Unger. Procuraremos demonstrar como a promessa messiânica estrutura a obra de Unger, e a diferencia de outros trabalhos relacionados aos Critical Legal Studies (movimento que ele ajudou a fundar). A Modernidade secularizou a Teologia da História bíblico-cristã, interpretando a si mesma como momento derradeiro da trajetória humana, nos quadros de um painel escatológico. Assim, o Apocalipse mantém-se sempre presente em nosso campo de visão – embora, diversamente das Histórias da Salvação de cunho religioso, nosso Armagedom não seja sucedido por uma utopia, um tempo de perdão e reconciliação para os justos. Ora, se as ficções distópicas e pós-apocalípticas configuram-se nas mais completas traduções do Zeitgeist, o utopismo milenarista de Unger (secularizado) impõe-se como um cânon contra-hegemônico consistente. Em um primeiro momento, trataremos do niilismo que configura o capitalismo tardio, e que engendra “falsas necessidades” (na terminologia de Unger). Após, mostraremos como os Critical Legal Studies acabaram se deixando macular como uma lógica antiutópica. Finalmente, discorreremos, tomando como referência principal o livro The religion of future, sobre as visões proféticas de/em Unger.



Resumo Inglês:

The aim of this paper is to debate the relationship between prophetic vision and critique of ideologies in the thought of brazilian philosopher Roberto Mangabeira Unger. We will try to demonstrate how the messianic promise structures Unger's work and differentiates it from other works related to Critical Legal Studies (a movement he helped to found). Modernity secularized the Biblical-Christian Theology of History, interpreting this as the last moment in the human trajectory, within the framework of an eschatological panel. Thus, the Apocalypse is always present in our field of vision – although, unlike the religion Salvation Stories, our Armageddon is not succeeded by a utopia, a time of forgiveness and reconciliation for pious men. Now, if dystopian and post-apocalyptic fictions are configured in the most complete translations of Zeitgeist, Unger's millenarian utopianism (secularized) imposes itself as a consistent counter-hegemonic canon. At first, we will approach the nihilism that configures late capitalism, and that engenders “false needs” (in Unger's terminology). Afterwards, we will show how Critical Legal Studies ended up being tarnished with an anti-utopian logic. Finally, we will discuss, taking as main reference the book The Religion of Future, about the prophetic visions of/in Unger.



Resumo Espanhol:

El objetivo de este artículo es debatir la relación entre visión profética y crítica de las ideologías en el pensamiento del filósofo brasileño Roberto Mangabeira Unger. Buscaremos demostrar como la promesa mesiánica estructura la obra de Unger y a diferencia de otros trabajos relacionados a los Critical Legal Studies (movimiento que él ayudó a fundar). La Modernidad secularizó la Teología de la Historia bíblico-cristiana, interpretando a sí misma como momento último de la trayectoria humana, en los cuadros de un panel escatológico. Así, el Apocalipsis se mantiene siempre presente en nuestro campo de visión – aunque, diversamente de las Historias de la Salvación de cuño religioso, nuestro Armagedón no sea sucedido por una utopía, un tiempo de perdón y reconciliación para los justos. Ora, si las ficciones distópicas y post-apocalípticas se configuran en las más completas traducciones del Zeitgeist, el utopismo milenarista de Unger (secularizado) se impone como un canon contra-hegemónico consistente. En un primer momento, trataremos del nihilismo que configura el capitalismo tardío, y que engendra “falsas necesidades” (en la terminología de Unger). Después, mostraremos como los Critical Legal Studies acabaron dejándose macular como una lógica antiutópica. Finalmente, discurriremos, tomando como referencia principal el libro The religion of future, sobre las visiones proféticas de/en Unger.