Tendo em vista a compreensão do Jornalismo entre as narrativas da contemporaneidade, imerso em um conjunto de limitações epistemológicas - paradigmas vencidos, observação carente de experiências presenciais e análises precipitadas ou provenientes de reducionismos mentais -, este artigo busca, a partir de uma leitura integral dos periódicos Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo, no primeiro semestre de 2017, encontrar a manifestação de uma voz autoral que assine a voz coletiva no que tange a crise brasileira. Percebe-se, nesta leitura cultural, que é no Jornalismo de opinião que a imaginação criadora perante o caos alimenta quebras da razão analítica aprisionada pela esfera conceitual dada. O toque ensaístico se manifesta contrário, reticente, pluralista perante as afirmações/certezas estabelecidas. Conclui-se com uma proposta: o estímulo à reportagem-ensaio. Nela, o repórter que ousa a observação-experiência ensaia a compreensão sutil inspirada na responsabilidade ética, na qualificação técnica e na criatividade estética, permitindo romper com os reducionismos vigentes.
Regarding journalism’s place among contemporaneous narratives, immersed in a set of epistemological limitations (outdated paradigms, lacking face-to-face experiences observation and analysis coming from hasty conclusions or mental reductionism) this article aims, based on an integral reading of Folha de S. Paulo and O Estado de S. Paulo newspapers, 2017 first semester, at finding the manifestation of an authorial voice that subscribes to the collective voice regarding the Brazilian crisis. We noticed that, in the opinion journalism, the essayistic touch is manifested in a reticent and pluralistic regard on the established assertions/certainties. We conclude with an idea to encourage the essayistic-story. In it, the reporter who dares to embrace the observational experience rehearses the subtle understanding inspired by ethical responsibility, technical qualification and aesthetic creativity, which allows one to break with the current reductions.