A ideia de organizarmos uma publicação tendo como foco de discussão “a casa/as casas” nasceu em 2011, quando dois, dos três organizadores, éramos ingressantes no programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UNICAMP. Patrícia Carvalho Rosa vinha desde o seu mestrado, na Universidade de Brasília (UnB), ensaiando reflexões sobre a noção de casa a partir da experiência de pesquisa junto ao seu grupo de interlocução Kaingang, no sul do país. Chegando à UNICAMP para cursar doutorado em Antropologia, as conversas acerca de casas continuaram aparecendo. Diego Amoedo Martínez também estava se aproximando da literatura antropológica, que tinha a casa como foco de discussão. Neste caso, seu contexto de pesquisa está na zona rural transmontana de Portugal, onde desenvolve pesquisa acerca das transformações socioterritoriais. Lucybeth Camargo de Arruda, hoje professora da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), já estava há mais tempo nessa “casa” e escrevia, à época, sua tese de doutorado na qual discute as casas criadas pelo Serviço de Proteção aos Índios (SPI) nos postos indígenas de Mato Grosso como objeto de estudo abordado através das fotografias da década de 1940.