A regulamentação da profissão de historiador no Brasil ocorreu há um ano atrás. Para os historiadores e historiadoras, entretanto, essa conquista significou apenas um lampejo de satisfação diante dos retrocessos que se fizeram antes e durante aquele momento, e que persistem em continuar um ano depois. O contexto é desafiador: o negacionismo que conduz ao obscurantismo, a ascensão do autoritarismo, o ataque aos direitos fundamentais, a execução do programa de destruição de ecossistemas e a deslegitimação da universidade pública – tudo isso em meio a um cenário pandêmico com mais de meio milhão de mortes pela Covid-19. Se, por um lado, a representatividade do historiador também não tem escapado ilesa junto a esse contexto, por outro, os historiadores têm enfrentado a necessidade de refletir sobre como escrever a história em um tempo de incertezas.