Estuda-se a história da educação indígena na província de Mato Grosso em parte do século XIX, tendo como foco o propósito “civilizador” e voltado para o trabalho em proveito da sociedade envolvente. Ao mesmo tempo, procura-se evidenciar apropriações dos saberes indígenas, primeiros professores que a Província conheceu, pois dominavam o território, conheciam a fauna, flora e geografia, reinterpretavam o mundo em que viviam a partir de demandas não oriundas dos interesses do capital e sim a partir dos anseios coletivos e comunitários próprios a sociedades não fustigadas pelos hábitos exclusivos da produção e consumo. A pesquisa apresenta algumas características da educação indígena, compreendidas como práticas pedagógicas imbricadas e construídas a partir dos diversos fazeres-viveres próprios a essas culturas Para localizar e discutir as práticas educativas entre meados do século XVIII e os anos oitocentos, foi necessário estudo dos discursos dos memorialistas, observadas as ressalvas próprias e necessárias a sua interpretação, Relatos dos Viajantes, Relatórios da Diretoria Geral dos Índios e os Discursos Oficiais (Relatórios dos Presidentes de Província), entre outros.