A preservação do patrimônio cultural no Brasil construiu sua história como instrumento de vanguarda em termos de
políticas públicas e, desde sempre, utilizando o conceito de função social da proprie
dade, o qual só se consolidou no país a partir
da Constituição de 1988. O que vemos hoje, no entanto, na área patrimonial, em alguns casos, é uma prática que pode ameaçar
esta função social do bem cultural pelo excessivo zelo de retirá
-
lo do cotidiano e p
rotegê
-
lo em redomas, como se fossem
excepcionalidades extraídas do tempo presente, com compromisso apenas com o passado e o futuro. Para ilustrar e problematizar
esta questão, apresentamos o caso da Praça da Estação em Belo Horizonte
,
na qual a discrepânc
ia entre o que é concebido
pelos
planejadores e o que é vivido pelos transeuntes causa fragmentações no uso da praça e dificulta a existência de uma mistura
social
The Brazilian preservation of the cultural heritage has built its history as a vanguard tool related to public policies,
always using the concept of “right to the city”, which was finally consolidated by the 1988 Federal Constitution. What we see
nowadays
at the cultural heritage area in many cases is one praxis that could threaten this social function through an excessive
care by withdrawing the cultural asset from daily life in order to protect as if they were at domes and if they only have
compromises wi
th past and future. In order to illustrate this issue, we show in this paper the case of the Station Square, in Belo
Horizonte, in which the discrepancy between what is conceived by planners and what is experienced
by citizen
causes
fragmentat
ion in the use of the square and makes the existence of a social mix difficult