O objetivo deste artigo é refletir sobre migração e racismo na Amazônia, especificamente no Estado do Amapá, a partir da trajetória de vida de Maria, uma migrante dominicana na cidade de Oiapoque, situada na fronteira entre Brasil e Guiana Francesa. Através de entrevista semiestruturada e pesquisa bibliográfica, este trabalho é um recorte do estudo composto por sete entrevistas com mulheres negras migrantes no Amapá, incluídas em dissertação finalizada em 2019 pelo Programa de Pós-graduação em Estudo de Fronteira, da Universidade Federal do Amapá. A reflexão aqui apresentada utiliza uma perspectiva interseccional para discutir como os marcadores de gênero, raça, classe e nacionalidade afetaram a experiência de Maria em sua vivência em Oiapoque, destacando como os estudos migratórios podem contribuir para o combate do racismo no Brasil.