A distinção semântica entre o pretérito perfeito simples (PPS) e o pretérito imperfeito (PI) está na origem de algumas dificuldades sentidas pelos aprendentes de português europeu (PE) com L1 chinês mandarim (CM) (Yang, Oliveira & Silva, 2020). Perante tal, este trabalho tem como objetivo analisar a aquisição do aspeto em PE por aprendentes com L1 CM e é orientado pelas três questões de pesquisa: (i) quais são as morfologias verbais que se usa com mais frequência numa narrativa do passado produzida por eles? (ii) os aprendentes com L1 CM têm mais dificuldades no emprego do aspeto perfectivo ou imperfectivo? (iii) o aspeto lexical pode ser um dos fatores possíveis que influenciam a aquisição do aspeto em PE? Com base numa análise quantitativa e qualitativa a que se procedeu a partir dos desvios recolhidos dos cinco estudantes de PE com L1 CM, os resultados mostram que os aprendentes têm mais dificuldades na expressão de imperfetividade, sobretudo o valor de habitualidade que se veicula e verificamos ainda que parece que o aspeto lexical pode ser um fator que influencia a aquisição da morfologia verbal do PE.
The semantic distinction between the pretérito perfeito simples (PPS) and the pretérito imperfeito (PI) is at the origin of some difficulties felt by European Portuguese (EP) learners with L1 Mandarin Chinese (MC) (Yang, Oliveira & Silva, 2020). Therefore, this work aims to analyze the acquisition of the aspect in European Portuguese (EP) by learners with L1 Mandarin Chinese (MC) and is guided by three research questions: (i) what are the common verbal morphologies in a past narrative produced by them? (ii) do learners with L1 MC have more difficulties in expressing the perfective or imperfective aspect? (iii) can the lexical aspect be one of the possible factors that influence the acquisition of aspect in EP? Based on a quantitative and qualitative analysis that was carried out from the deviations collected from five L1 MC students of EP, the results show that the learners have more difficulties in the expression of imperfectivity, especially when the PI has the habituality value and it seems that the lexical aspect can be a factor that influences the acquisition of verbal morphology in EP.