Ardentias num mar de palavras

Revista Logos

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Início Publicação: 12/05/1986
Periodicidade: Semestral

Ardentias num mar de palavras

Ano: 2003 | Volume: 11 | Número: 11
Autores: M.S.C.Martins
Autor Correspondente: R.Lúcio | [email protected]

Palavras-chave: diferença, repetição, dionisíaco, potência, transgressão

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Todos sabemos que uma das características do texto literário é permitir-se diversas releituras e retomadas. É assim que se passam os anos e voltamos a ler os mesmos livros, os mesmos poemas novamente e, a cada nova época, circunstâncias filosóficas e intelectuaia daquele momento permitem-nos releituras. Nesse início do século XXI e face às conceituações de pensadores pós-modernos com Gilles Deleuze, podemos reler os poemas românticos aparentemente ingênuos e apenas melosos, para encontrar neles um pensar o mundo que se complica, se os vislumbrarmos pela ótica da diferença e da repetição deleuziana, em que a repetição insitente adquire forma corrosiva e crítica, diferentemente do que poderia nos parecer através de outros enfoques. As palavras repetem-se e esse fato já não nos parece apenas característica da escrita inocente de um jovem poeta, mas, em vez disso, aponta para uma atitude poética e filosófica intencional. Além disso, através da revelação dessa intencionalidade, podemos rastrear atitudes semelhantes em outros momentos da História da Literatura, fato que nos ajuda a dar a essa própria História uma outra dimensão, que já não implica uma progressão linear, mas envolve, de preferência, retomadas também intencionais.