Arena conta Tiradentes: dilemas estéticos e ideológicos do Teatro de Arena pós golpe de 1964

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Editor Chefe: Comissão Editorial
Início Publicação: 31/12/2009
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Letras

Arena conta Tiradentes: dilemas estéticos e ideológicos do Teatro de Arena pós golpe de 1964

Ano: 2016 | Volume: 1 | Número: 8
Autores: Mariana Figueiró Klafke
Autor Correspondente: M. F. Klafke | [email protected]

Palavras-chave: Teatro de Arena; teatro e política; ditadura, theater and politics, dictatorship

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Arena conta Tiradentes, de Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri, utiliza um levante político do período colonial para falar do momento de 1967, refletindo sobre o malogro das expectativas democráticas de inclusão popular que se viviam no Brasil dos anos 1950 e 1960, interrompidas pelo golpe de 1964 e pela ditadura que se instalaria a partir de então. Para o Teatro de Arena, grupo muito ligado à questão nacional-popular e que teve centralidade na produção cultural dos anos anteriores, lidando justamente com uma temática relativa à inclusão do povo no debate sobre os rumos do país, o golpe significou uma ruptura fundamental e exigiu uma revisão significativa dos horizontes ideológicos e estéticos. A partir de 1965, o Arena produziu uma série de musicais utilizando uma nova técnica, o Sistema Coringa, que procurou sintetizar sua trajetória estética e propor rumos para a nova situação política do país. Dentre esses musicais encontra-se Arena conta Tiradentes, objeto deste estudo. Por meio de uma leitura própria e da retomada dos principais estudos sobre a peça, procuramos refletir sobre os dilemas estéticos e ideológicos do grupo no conturbado pós-64.



Resumo Inglês:

Arena conta Tiradentes, by Augusto Boal and Gianfrancesco Guarnieri, uses a political upheaval of the Brazilian colonial period to talk about the moment of 1967, reflecting on the failure of the democratic expectations concerning popular inclusion that was experienced in Brazil in the 1950s and the 1960s, and interrupted by the 1964-coup which set up a dictatorship. For Teatro de Arena, a group that had been closely linked to the national-popular issues and that had been central in the cultural production of the previous years (dealing precisely with themes related to the inclusion of the people in the debate about the future of the country), the coup represented a fundamental rupture and demanded a significant review of their ideological and aesthetic horizons. From 1965 on, Arena produced a series of musicals employing a new technique, The Joker System (Sistema Coringa), in which they sought to synthesize their aesthetic trajectory and propose directions for the new political situation of the country. Among these musicals is Arena conta Tiradentes, object of this study. Through a reading of our own and the reading of the main studies on the play, we aim to reflect on the aesthetic and ideological dilemmas of the group in this troubled post-64 period.