Arqueologia: ação comunitária ou ciência acadêmica†tem como tema as atividades arqueológicas desenvolvidas pelo Museu do Colégio Mauá e o Centro de Ensino e Pesquisas Arqueológicas da Universidade de Santa Cruz do Sul. Objetivo da pesquisa é averiguar como a arqueologia se desenvolveu no MunicÃpio de Santa Cruz do Sul no momento em que se formavam os primeiros arqueólogos no Brasil. Nele se mostra a transição de uma arqueologia Comunitária, voltada para a Cultura, efetuada pelo Museu Mauá, e passa para uma arqueologia Acadêmica, voltada para a Ciência, realizada no Centro de Pesquisas Arqueológicas criado na Universidade. O trabalho também mostra como a primeira foi substituÃda pela segunda e como esta passagem está representada nas ações desenvolvidas no SÃtio Arqueológico Amanda Barth. A metodologia utilizada para a pesquisa foi a comparação das atividades arqueológicas das duas instituições, onde se observou a composição das equipes, a metodologia usada em campo e em laboratório e a forma de divulgação das atividades e dos resultados. Para tanto se fez uso das fontes produzidas pelas duas intuições: fichas de pesquisa, fotografias, diários de campo, livro de registro de sÃtios, artigos do Jornal Gazeta do Sul que mantinham a comunidade permanentemente informada. E a manipulação do material de ambas as instituições, que está sendo reunido na instituição em que trabalho. O Museu do Colégio Mauá, fundado em 1966, sob a direção de Hardy Elmiro Martin cobriu principalmente o Vale do Rio Pardo, registrando 1127 sÃtios arqueológicos com uma equipe proveniente do colégio da comunidade; tentou, mas não conseguiu passar de uma arqueologia produtora de Cultura para uma arqueologia produtora de Ciência, passando, então, a se interessar por temas a seu alcance. Pedro Augusto Mentz Ribeiro, fundador, em 1974, do CEPA, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, iniciou um perÃodo de arqueologia cientÃfica em Santa Cruz do Sul. Sua equipe, formada pelo professor, bolsistas e acadêmicos voluntários, registrou 663 novos sÃtios arqueológicos começando pelos Vales do Rio Pardo e Taquari e se estendendo pelo Estado e para fora dele. Seus intensos trabalhos formaram dissertações, teses, artigos de revistas e treinaram profissionais. O afastamento do lÃder, depois de vinte anos de atividade, pôs fim a este tipo de trabalho arqueológico da instituição, que se voltou para a arqueologia empresarial ou de contrato. O trabalho mostra como - numa comunidade progressista do interior do Rio Grande do Sul - desenvolveu o interesse pela arqueologia, cumprindo as mesmas etapas que ela teve em âmbito nacional: da Cultura para a Ciência e desta para o Patrimônio.