O ano de 2019 foi marcado por uma ostensiva marcha contra a ciência e a educação brasileira. O descaso e a omissão do atual governo nos obrigam a começar esse texto chamando atenção para os riscos que a guerra travada contra professores e pesquisadores traz para o presente e o futuro da ciência em nosso país e, por extensão, para a melhoria da qualidade de vida da população e para a ampliação da cidadania. Mas nem tudo foi perdido em 2019. O ano marca também uma década de existência da Proa: Revista de Antropologia e Arte. Vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Estadual de Campinas, concebida como um fórum de divulgação de pesquisas e, a um só tempo espaço, de formação de futuros cientistas sociais, ela é uma empreitada dos alunos de mestrado e doutorado. Ao longo desses dez anos, a revista se firmou no cenário nacional como uma publicação voltada para o diálogo e o entrelaçamento da antropologia aos aportes teóricos de outras disciplinas na investigação das dinâmicas sociais acopladas às formas expressivas e à produção artística.